Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 06/jan/2019...
Dilma rebate General Heleno sobre a GSI e fala de grampo com Lula: “inteligência ainda não é credível”
06 de janeiro de 2019, 13h18
"Houve falha, por exemplo, ao não
detectar e impedir o grampo feito ilegalmente no meu gabinete, em março
de 2016 – sem autorização do Supremo Tribunal Federal –, quando foi
captado e divulgado meu diálogo com Luiz Inácio Lula da Silva, às
vésperas dele ser nomeado para a Casa Civil", declarou, em nota a
ex-presidenta.

Agência Brasil/Montagem
A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) rebateu neste domingo (6) as declarações do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Bolsonaro (PSL), que durante a posse disse que a petista “não acreditava em inteligência”.
“De fato, durante meu mandato, tive várias situações de manifesta ineficácia do GSI e do sistema de inteligência a ele articulado. Houve falha, por exemplo, ao não detectar e impedir o grampo feito ilegalmente no meu gabinete, em março de 2016 – sem autorização do Supremo Tribunal Federal –, quando foi captado e divulgado meu diálogo com Luiz Inácio Lula da Silva, às vésperas dele ser nomeado para a Casa Civil”, declarou, em nota publicada no seu site.
Segundo Dilma, uma “inteligência” ligada à Presidência da República que não tem conhecimento, capacidade e tecnologia para enfrentar a moderna espionagem cibernética não é crível.
Os setores da inteligência brasileira não só desconheciam que a interferência vinha ocorrendo há tempo – só souberam após o caso Snowden – como sequer sabiam os meios necessários para bloqueá-la”.
Para ela, que citou ainda casos no governo Temer e a facada em Bolsonaro, esses “exemplos mostram que a inteligência do governo ainda não é credível”.
A “senhora Rousseff não acreditava na inteligência”. A declaração é do “senhor Heleno” ao assumir o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Tal afirmação vem sendo feita pelo “senhor Heleno” em todas entrevistas dadas à imprensa. Em vista disso, é inevitável tratar do assunto. De fato, durante meu mandato, tive várias situações de manifesta ineficácia do GSI e do sistema de inteligência a ele articulado.
O caso mais grave, entretanto, ocorreu em 2013, por ocasião da espionagem feita em meu gabinete, no avião presidencial e na Petrobras pela National Security Agency (NSA), a agência de inteligência dos EUA.
Os setores da inteligência brasileira não só desconheciam que a interferência vinha ocorrendo há tempo – só souberam após o caso Snowden – como sequer sabiam os meios necessários para bloqueá-la. Nem mesmo sabiam o que havia sido captado pela NSA nos referidos grampos.
Uma “inteligência” ligada à Presidência da República que não tem conhecimento, capacidade e tecnologia para enfrentar a moderna espionagem cibernética não é crível.
Na verdade, a própria defesa da soberania do país exige que nela não se acredite para que se possa tomar todas as medidas necessárias para torná-la efetiva e contemporânea. Negar tal fato só atrasa o processo.
Aliás, a falha mais recente ocorreu no governo Temer, o que evidencia que tudo continua igual no setor de inteligência. Durante a campanha, quando o atual presidente, então candidato, foi alvo de atentado em Juiz de Fora, a “inteligência” já supostamente reconstruída, desconhecia a ameaça e, portanto, não pode impedi-la.
Tais exemplos mostram que a inteligência do governo ainda não é credível. Dilma Rousseff.
Original disponível em: (https://www.revistaforum.com.br/dilma-rebate-general-heleno-sobre-a-gsi-e-fala-de-grampo-com-lula-inteligencia-ainda-nao-e-credivel/). Acesso em 06/jan/2019.
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