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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Bolsonaro reúne eleitor da classe média insegura, anti-PT e ‘voto Tiririca’ (Ricardo Cappelli)

Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 28/set/2018...


Ricardo Cappelli resume perfil do eleitor de Bolsonaro: 1- classe média insegura; 2- o ódio anti-PT; e 3- o 'voto Tiririca'

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terça-feira, 25 de setembro de 2018

Haddad e o terceiro turno das eleições: “temos a oportunidade de mudar o Brasil” (Joaquim de Carvalho)


Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 25/set/2018...


Haddad e o terceiro turno das eleições: “temos a oportunidade de mudar o Brasil”. Por Joaquim de Carvalho

 
Haddad
Participei ontem da entrevista de Fernando Haddad com blogueiros e sites progressistas (a íntegra, abaixo) e a impressão que tive é que o candidato do PT tem hoje plena consciência de que pode vencer as eleições e já pensa no dia seguinte ao do veredito das urnas, que exigirá muito mais habilidade política do que durante a campanha.
Respondendo a uma pergunta de Renato Rovai, da revista Fórum, Haddad falou que há uma novidade na campanha eleitoral que precisa ser enfrentada.
“Nós inauguramos em 2014 a eleição em três turnos, esta que é a verdade. A de dois estava de bom tamanho, na minha opinião. A de três coloca em risco muita coisa”, disse.
Em outras palavras, há setores da sociedade que contestam o resultado da campanha e investem na desestabilização do governo — ele não usou essas palavras, mas era o sentido.
“Por isso é que sai o presidente do Supremo dizendo: olha, a regra é a seguinte: quem ganhar governa. É uma coisa que não se ouvia dizer faz muito tempo: um ministro do Supremo falar uma obviedade dessas. É porque não é mais óbvio”, destacou.
Haddad citou outro exemplo, este mais exótico, pois se trata da manifestação de uma autoridade que não é civil, o general da reserva Joaquim Silva e Luna, o primeiro militar a assumir o Ministério da Defesa.
Luna disse que as forças armas garantirão o resultado das urnas. Teve gente influente que criticou essa manifestação do general, e lembrou que a garantia do resultado das eleições é o texto constitucional, não eventualmente fuzis e tanques.
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Haddad, numa demonstração de cautela e prudência, cuidadoso na escolha das palavras, preferiu dar outra interpretação para a fala do ministro da Defesa.
Para ele, Luna passou o “recado de que tem uma institucionalidade aqui, o Brasil tem um lugar no concerto das nações, nós estamos de um lado, nós fazemos parte de uma tradição, nós precisamos aprofundar a tradição republicana, a tradição democrática, a tradição social.”
O candidato do PT também falou que, mesmo na elite, existe preocupação com o atual momento da política brasileira, que ele traduziu por “uma encruzilhada histórica”.
“De um lado, direitos. De outro, uma ameaça de ditadura, nas formas contemporâneas que esse fenômeno assume”, disse.
O resultado desse fenômeno é Bolsonaro, candidato que representa valores que até dividem “a classe dirigente, a classe dominante no país”.
“Não tem uma coesão, não tem uma unidade, necessariamente, porque tem muita gente envergonhada com o que está acontecendo. Não declara publicamente ainda, porque acha que isso é levar água para o moinho do PT, para o moinho do Haddad. Mas o fato é que as pessoas estão apreensivas. Eu diria para você que tem uma parte expressiva da sociedade, que tem mais acesso à informação, que formula mais o futuro, que pensa o Brasil no seu espaço internacional, que pressente que esse projeto pode dar muito errado. Não é pouca coisa uma revista como a The Economist soltar uma capa quase que puxando a orelha do estabilishment brasileiro dizendo: “onde é que vocês vão parar?” Quase isso, um recado: até onde vai essa loucura, essa insanidade”. De que projeto vocês estão falando? Vocês podem tirar o Brasil do mapa. Das nações que interagem, que cooperaram, que buscam estreitar laços, fortalecer o comércio, a ciência, a educação.”
A força eleitoral de Haddad vem de Lula e a ideia de país encarnada no ex-presidente, com o memória do que foi o governo dele, como Haddad fez questão de destacar durante a entrevista.
Mas ficou nítido que o candidato do PT tem consciência de que precisará dialogar com todas as forças do Brasil para poder vencer “o terceiro turno”.
Em outra resposta, a uma repórter do Nocaute, que apresentou números sobre a vantagem de Bolsonaro nos eleitores com ensino superior, ele falou até em conversar com os eleitores do candidato de extrema direita.
“O que existe de errado com a nossa escolarização, uma vez que os mais escolarizados estão apoiando um candidato que, abertamente, defende a tortura, é racista, homofóbico, machista?”
Ex-ministro da Educação, Haddad disse:
“Nós precisamos também dialogar com o eleitor de Bolsonaro. Não podemos dar de barato que esse eleitorado não é nosso.”
Há um campo fértil para o diálogo com os brasileiros mais escolarizados, como lembrou Haddad.
Antes do governo Lula, havia três milhões de brasileiros com curso superior. Hoje são oito.
“Metade das pessoas com diploma de curso superior no Brasil deve ter sido formada no nosso governo. (…) É do nosso período esse período esse público”, pontuou.
Então, o que deu errado?
“Pode estar faltando conversa, momento, diálogo. Temos que ter humildade diante disso também. (…) O papel da política também é esse: ver onde é que nós falhamos nessa diálogo, na transmissão da nossa mensagem”.
Haddad afirmou que não abre mão de dialogar com esses eleitores. “Tenho certeza de que vamos ganhar muita gente”.
No fim de semana, Helena Chagas, ex-ministra das Comunicações no governo de Lula e Dilma, hoje no site Os Divergentes, publicou um artigo em que informou a orientação de Lula para Haddad, pelo menos no primeiro turno, se manter com o discurso de esquerda.
Fiz essa pergunta a Haddad, emendando com outra questão importante: a de como seria seu relacionamento com o Grupo Globo em uma eventual vitória. Grupo que se comporta como partido político.
“Tem duas dimensões esse debate que a gente precisa situar, porque senão o debate fica interditado. Tem uma dimensão programática de uma campanha, que é o documento que nós entregamos no Tribunal Superior Eleitoral. Lá tem discussão sobre os meios de comunicação como nunca nós fizemos (…) Esta dimensão programática está dada.”
No programa de governo da coligação O Brasil Feliz de Novo, registrado no TSE, o capítulo das comunicações ocupa quase duas das 62 páginas (ver abaixo, páginas 16 e 17).
Está dito que o governo pretende “impedir monopólios e oligopólios diretos e indiretos, bem como impor limites à concentração dentro do mesmo mercado por meio de restrições à propriedade cruzada (controle de diferentes mídias)”.
Um exemplo do que deveria ser combatido de acordo com o plano de governo: no Rio de Janeiro, a Globo tem jornal, rádio e TV. Em várias outras capitais, rádio e TV.
Essa restrição teve como modelo a legislação dos Estados Unidos, mas o programa de governo buscou também outros exemplos.
“Nós fomos estudar legislação da Alemanha, da França, de Portugal, dos Estados Unidos, da Inglaterra”, lembrou.
Outro detalhe importante que consta no capítulo dos meios de comunicação:
“O monitoramento e aplicação dos princípios constitucionais deve se dar por meio de um órgão regulador com composição plural e supervisão da sociedade para evitar sua captura por qualquer tipo de interesse particular.”
Um programa de governo pode conter mensagens positivas, que podem não ser, necessariamente, cumpridas. Por exemplo, existe a previsão constitucional de funcionamento de um Conselho de Comunicação Social, mas que, a rigor, nunca teve vida efetiva.
Haddad não respondeu, diretamente, se a orientação de Lula é para que ele se mantenha no discurso de esquerda.
Mas, ao dizer que o programa de governo é a baliza para qualquer tipo de aliança, como quer inclusive Lula, ele deixou claro que seu cada vez mais provável governo não abrirá mão desses princípios.
Afinal, se Haddad for eleito, será com a força da ideia de Lula e a idéia de Lula é, fundamentalmente, identificada com os valores populares, que, entendidos no seu sentido correto, estão à esquerda do espectro político.
Haddad está no primeiro dos três turnos da eleição. Tem muito chão pela frente, e ele sabe que a tarefa não será fácil. Mas demonstrou que gosta do desafio.
Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, falou sobre o “day after” da eleição, e suas previsíveis dificuldades.
“Eu entendo que o desafio é muito grande, mas, dependendo do país em que eu nascesse, eu não seria político. Eu não seria político na Suécia. Fazer o que lá? Eu ia ser artista, cientista, ia ser outra coisa. Aqui nós temos um desafio. Depois de tantos anos de história, nós temos a oportunidade de mudar o Brasil”, comentou.
Em seguida, lembrou que essa mudança começou em 2002, com a eleição de Lula, e foi interrompida.
Nos próximos dias, haverá oportunidade de ser retomada, com a eleição de Haddad. Pessoas com a ideia de seu tempo são imbatíveis.

Joaquim de Carvalho
Jornalista, com passagem pela Veja, Jornal Nacional, entre outros. joaquimgilfilho@gmail.com 

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quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Amorim reúne Chomsky, Villepin e Zapatero para falar de ameaças à democracia (Cf. Monica Gugliano)

Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 13/set/2018...

Amorim reúne Chomsky, Villepin e Zapatero para falar de ameaças à democracia 

Celso Amorim. Foto Orlando Brito
Se há hoje um articulador a quem se pode atribuir a solidariedade internacional e a reação no exterior à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele se chama Celso Amorim. Diplomata de carreira, Chanceler durante os oito anos dos mandatos de Lula e ministro da Defesa no primeiro governo de Dilma Rousseff, Amorim tem movido mundos e fundos chamando a atenção para a causa do ex-presidente que cumpre pena de prisão de 12 anos em Curitiba, condenado pela Lava Jato.
Com a mesma determinação que à frente do Ministério das Relações Exteriores construiu uma personalidade para a política externa brasileira, que chamou de “altiva e ativa”, Amorim tem defendido junto aos seus interlocutores (algumas das mais influentes personalidades do planeta, como o Papa Francisco) o argumento de que Lula “é um preso político” e que o Brasil passa por um momento extremamente difícil. “O Brasil é um país em decadência antes de ter sido desenvolvido”, afirma.
José Luiz Zapatero no Brasil quando Lula era presidente. Foto Marcelo Botelho/ObritoNews.
Nesta sexta-feira, o trabalho que o ex-ministro tem feito no exterior ganhará visibilidade e uma vitrine no Brasil. A Fundação Perseu Abramo (FPA) realizará durante todo o dia 14 de setembro o seminário internacional “Ameaças à Democracia e a Ordem Multipolar”, um evento costurado por Amorim a partir de uma conversa que teve há alguns meses com – Dominique de Villepin, ex-primeiro-ministro da França. “Ele me disse: o Brasil faz falta ao mundo. E foi a partir dessa ideia que pensamos o Seminário”, conta o ex-ministro.
O Seminário “Ameaças a democracia e à Ordem Multipolar” que começa às 9 horas reunirá, além de Villepin, ex-primeiro-ministro da França; Massimo D’Alema, ex-primeiro-ministro da Itália e o ex-primeiro-ministro da Espanha, José Luís Zapatero e o professor Noam Chomsky, que revolucionou a linguística moderna e notabilizou-se por suas posições políticas progressistas.
Também participam Pierre Sané, ex-secretário geral da Anistia Internacional e presidente do Imagine Africa Institute (Senegal); Jorge Taiana, deputado do Parlamento do Mercosul e ex-ministro das Relações Exteriores da Argentina; Cuauhtémoc Cárdenas, presidente do Centro Lázaro Cárdenas y Amalia Solórzano e ex-governador do Distrito Federal do México; e Carlos Ominami, ex-senador e diretor da Fundación Chile 21 (Chile).
A abertura será feita por Marcio Pochmann, presidente licenciado da Fundação Perseu Abramo; e pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT. Participam também os ex-ministros Luiz Carlos Bresser Pereira e Miriam Belchior.
O Seminário é restrito a convidados, mas haverá transmissão ao vivo:

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Original disponível em: (https://osdivergentes.com.br/outras-palavras/amorim-reune-chomsky-villepin-e-zapatero-para-falar-de-ameacas-a-democracia/?utm_medium=push&utm_source=OneSignal&utm_campaign=push%20news&utm_content=aviso%20%push). Acesso em 13/set/2018.