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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O PSB vai engolir Marina Silva ou será Marina Silva que acabará engolindo o PSB? (Benedito Tadeu César)

18/ag/2014...

15/ago/2014, 16h25min

O PSB vai engolir Marina Silva ou será Marina Silva que acabará engolindo o PSB?

Benedito Tadeu César*
Marina Silva é uma inquilina instalada no condomínio político do PSB. Ingressou no partido porque não conseguiu reunir o número necessário de assinaturas para registrar a Rede Sustentabilidade, o partido que busca ainda criar. Desde o momento de sua filiação ao PSB, Marina Silva deixou claro que não abandonaria o empenho em fundar a Rede e que se transferiria para ela quando o registro do seu partido fosse, finalmente, concretizado.
Coadjuvante do PT no governo federal e em vários governos estaduais durante muitos anos, há algum tempo o PSB vem tentando se viabilizar como a terceira força política no país, capaz de quebrar a polaridade atualmente existente entre PT e PSDB. A candidatura de Eduardo Campos era o início da concretização desse projeto. Com pouca chance de vitória em 2014, Eduardo Campos se qualificaria como uma alternativa real de poder em 2018, com grande chance de vencer as eleições daquele ano e levar o PSB à presidência da República.
Sem outro nome com projeção e peso eleitoral para apresentar à disputa, em substituição a Eduardo Campos, o PSB está diante do impasse de lançar Marina Silva à presidência da República e ver crescerem as chances de vencer a eleição e, ao mesmo tempo, vencendo ou não a eleição, de ter de abandonar a meta de chegar, como partido, ao poder federal e se consolidar como a força política capaz de romper a hegemonia PT/PSDB.
Marina Silva, por seu turno, beneficiada também pela comoção causada pela morte de Eduardo Campos, vê-se diante do impasse de se tornar uma candidata com chance real de vitória, caso assuma os compromissos e as alianças políticas estabelecidas por Eduardo Campos, e, ao mesmo tempo, se descaracterizar como uma “política nova” e “não ortodoxa”, que busca caminhos diferentes dos atualmente trilhados pelos políticos brasileiros. Se o fizer, poderá se descaracterizar diante de seus admiradores e, com isso, perder votos e apoios de suas antigas bases eleitorais e partidárias.
Por fim, a grande mídia, com seu poder de influência, vem se empenhando em fazer com que o PSB consagre Marina Silva como candidata à presidência da República, por considerar que sua candidatura tem condições de garantir que a eleição seja levada ao segundo turno. Nesta posição, no entanto, a grande mídia poderá correr o risco de ser atropelada pelas decisões dos eleitores, os quais, optando em maior número por Marina Silva do que por Aécio Neves, podem fazer com que ela e não ele chegue ao segundo turno. O crescimento futuro de Marina Silva poderá, ainda, colocar as Organizações Globo e a Rede Record, em campos políticos opostos, já que Marina Silva, por ser evangélica, será a candidata preferencial da Rede Record, enquanto Aécio Neves já é o candidato preferido das Organizações Globo.
Pesquisa Datafolha para o governo do Rio Grande do Sul
Divulgada na nesta sexta-feira (15), a pesquisa Datafolha para o Governo do Rio Grande do Sul apresenta resultados divergentes daqueles apresentados pela pesquisa do Ibope. Ambas foram realizadas em período próximo e com margem de erro idênticas, de três pontos percentuais para mais ou para menos. A do Ibope foi realizada no período de 2 a 5 de agosto e a do Datafolha no período de 12 a 14 do mesmo mês. Uma diferença de apenas 10 dias, sem que tivesse ocorrido qualquer fato novo que pudesse alterar significativamente o humor do eleitorado e ocasionado mudanças em suas intenções de voto.
A pesquisa do Datafolha atribui uma vantagem de nove pontos percentuais a Ana Amélia Lemos (PP) frente a Tarso Genro (PT), ela aparecendo com 39% e ele com apenas 30% das intenções de voto, fora, portanto, da margem de erro. A pesquisa Ibope, recorde-se, colocava os dois principais concorrentes quase em empate absoluto, sendo que Ana Amélia Lemos aparecia com 36% e Tarso Genro com 35% das intenções de voto.
A pesquisa Datafolha coloca, ainda, José Ivo Sartori (PMDB), com 7%, bem à frente de Vieira da Cunha (PDT), com 3%, enquanto o Ibope colocava os dois em outro empate quase absoluto, o primeiro com 5% e o segundo com 4%.
As divergências entre o Datafolha e o Ibope têm sido relativamente frequentes neste ano de 2014. No mês de julho, por exemplo, enquanto a pesquisa do Datafolha realizada nos dias 15-16 de julho apresentava Dilma Rousseff com 36% e Aécio Neves com 20%, a pesquisa Ibope realizada no período de 18 a 21 mostrava Dilma Rousseff com 38% e Aécio Neves com 22%. Ainda que a diferença entre os dois candidatos fosse de 16 pontos percentuais nos dois institutos, o Datafolha indicava grande chance de ocorrência de segundo turno, enquanto o Ibope não. Segundo o Datafolha, a soma dos votos dos adversários de Dilma Rousseff se igualava ao percentual que ela detinha naquele momento, enquanto segundo o Ibope Dilma se mantinha dois pontos à frente do total dos demais concorrentes.
A cautela e o bom-senso recomendam, portanto, aguardar novas pesquisas, antes de comemorar ou de lastimar os resultados da última pesquisa Datafolha no Rio Grande do Sul. A morte de Eduardo Campos, um fato novo relevante e capaz de alterar o quadro eleitoral em todo o país, fez com que todos os institutos saíssem a campo. Nos próximos dias, teremos novos resultados. De posse dos novos dados, será possível avaliar as tendências de alteração ou de estabilidade do quadro eleitoral, tanto nacional, quanto regional. Melhor esperar por isso.

Disponível em: (http://www.sul21.com.br/jornal/o-psb-vai-engolir-marina-silva-ou-sera-marina-silva-que-acabara-engolindo-o-psb/). Acesso em: 18/ag/2014.