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sábado, 18 de fevereiro de 2017

TJSC. Governador define procurador André Carvalho e advogado André Dacol para integrar Tribunal

Postagem no AberturaMundoJuridico 18/fev/2017...

Governador define procurador André Carvalho e advogado André Dacol para integrar TJ


17/02/2017 17:32

O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Torres Marques, compareceu na tarde de hoje (17/2) no Palácio da Agronômica e entregou ao governador, Raimundo Colombo, a nominata de procuradores de justiça e advogados que compõem as listas tríplices formadas pelo Tribunal Pleno para o preenchimento de duas vagas de desembargador pelo critério do quinto constitucional. 

Na mesma ocasião, o chefe do Executivo Estadual escolheu o procurador André Carvalho, pelo Ministério Público, e o advogado André Luiz Dacol, pela OAB, formalizando a nomeação na presença deles.  


Fotos: Divulgação/Secom
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445 (JP)
Textos: Américo Wisbeck, Ângelo Medeiros, Daniela Pacheco Costa e Sandra de Araujo 

TJSC. Pleno promove eleição de nove novos desembargadores

Postagem no AberturaMundoJuridico 18/fev/2017...

Pleno do TJ, em sessão extraordinária, promove eleição de nove novos desembargadores


17/02/2017 12:01

O Tribunal Pleno do TJ, em sessão extraordinária realizada na manhã desta sexta-feira (17/2), promoveu nove magistrados ao cargo de desembargador ¿ oito deles passarão a ocupar parte das novas vagas criadas em 2016, e um assumirá em decorrência da vaga aberta com a recente aposentadoria do desembargador Eládio Torret Rocha. Na mesma oportunidade, o Pleno do TJ formou também as listas tríplices de candidatos oriundos do quinto constitucional, tanto do Ministério Público quanto da OAB. Os novos desembargadores que deverão tomar posse em breve são:

Janice Goulart Garcia Ubialli, natural de Jaguaruna/SC, ingressou na magistratura catarinense em 2-5-1983, com lotação na comarca de Criciúma. Em 28-11-1986 foi promovida ao cargo de juiz de direito, e atuou nas comarcas de Içara, Urussanga, São Miguel do Oeste e Criciúma. No ano de 2011, passou a exercer a função de juiz de 2º grau deste Tribunal. É subcoordenadora da Coordenadoria Estadual do Sistema de Juizados Especiais e Programas Alternativos de Solução de Conflitos para o biênio 2016/2018.

Cláudia Lambert de Faria, natural de Florianópolis/SC, ingressou na magistratura catarinense em 15-4-1991, com lotação nas comarcas de Lages, São Miguel do Oeste e Chapecó. Em 13-5-1993 foi promovida ao cargo de juiz de direito, e atuou nas comarcas de Quilombo, São Lourenço do Oeste, Campos Novos, Lages, Blumenau e Capital. No ano de 2011, passou a exercer a função de juiz de 2º grau deste Tribunal.

Rubens Schulz, natural de Joinville/SC, ingressou na magistratura catarinense em 1º-4-1992, com lotação na comarca da Capital. Em 16-5-1994 foi promovido ao cargo de juiz de direito, e atuou nas comarcas de São José do Cedro, Xanxerê e Blumenau. No ano de 2013 passou a exercer a função de juiz de 2º grau deste Tribunal.

Francisco José Rodrigues de Oliveira Neto, natural de Curitiba/PR, ingressou na magistratura catarinense em 23-7-1992, com lotação na comarca da Capital. Em 14-9-1994 foi promovido ao cargo de juiz de direito, e atuou nas comarcas de Anchieta, Santa Cecília, Mafra, Chapecó, Blumenau e Capital. No ano de 2011 passou a exercer a função de juiz de 2º grau deste Tribunal.

Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer, natural de Porto Alegre/RS, ingressou na magistratura catarinense em 18-6-1990, com lotação nas comarcas de Araranguá e Tubarão. Em 1º-9-1992 foi promovida ao cargo de juiz de direito. Atuou nas comarcas de Abelardo Luz, Xaxim, Videira, Curitibanos, Rio do Sul e Capital. No ano de 2011 passou a exercer a função de juiz de 2º grau deste Tribunal, onde responde pela Coordenadoria Estadual da Justiça Criminal e das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar para o biênio 2016/2018.

Jorge Luiz Costa Beber, natural de Porto Alegre/RS, ingressou na magistratura catarinense em 10-4-1991, com lotação na comarca de Blumenau. Em 3-11-1993 foi promovido ao cargo de juiz de direito. Atuou nas comarcas de Fraiburgo, São Lourenço do Oeste, Videira, Criciúma e Blumenau. No ano de 2011 passou a exercer a função de juiz de 2º grau deste Tribunal.

Guilherme Nunes Born, natural de Porto Alegre/RS, ingressou na magistratura catarinense em 20-8-1992, com lotação nas comarcas da Capital, Balneário Camboriú e Brusque. Em 15-9-1994 foi promovido ao cargo de juiz de direito, e atuou nas comarcas de Anita Garibaldi, Orleans, Laguna, Criciúma e Capital. No ano de 2011 passou a exercer a função de juiz de 2º grau deste Tribunal.

Luiz Zanelato, natural de Anita Garibaldi/SC, ingressou na magistratura catarinense em 21-3-1988, com lotação nas comarcas de Chapecó e de Rio do Sul. Em 26-4-1990, foi promovido ao cargo de juiz de direito. Atuou nas comarcas de Ponte Serrada, Ibirama, Indaial, Joinville. No ano de 2012 passou a exercer a função de juiz de 2º grau deste Tribunal.

Jaime Machado Junior, natural de Bom Retiro/SC, ingressou na magistratura catarinense em 20-7-1992, com lotação nas comarcas da Capital, Xanxerê e São Lourenço do Oeste. Em 27-12-1994 foi promovido ao cargo de juiz de direito, e atuou nas comarcas de Guaramirim, Sombrio, São Joaquim e Lages.

Fotos: Ângelo Medeiros/Assessoria de Imprensa TJSC
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)
Textos: Américo Wisbeck, Ângelo Medeiros, Daniela Pacheco Costa e Sandra de Araujo 

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Lula, do luto à luta (Débora Melo do Carta Capital)

Postagem no AberturaMundoJuridico 12/fev/2017...

Lula, do luto à luta

por Débora Melo* — publicado 12/02/2017 00h10, última modificação 10/02/2017 18h33
No adeus a Marisa, o ex-presidente busca inspiração na companheira
Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Velório
O velório da ex-primeira-dama reuniu milhares no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Marisa Letícia despediu-se de vermelho, com um broche do PT no peito. Foi Lula, o companheiro de mais de quatro décadas, quem escolheu o vestido. O palco do adeus foi o a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, onde o casal se conheceu em 1973. De luto, um emocionado ex-presidente respondeu às manifestações de solidariedade com beijos e abraços. Cerca de 20 mil pessoas estiveram ali no sábado 4.
Antes de seguir para o Cemitério Jardim da Colina, Lula fez um discurso em homenagem à mulher, a loura de olhos claros a quem chamava de “galega”. Com certa tristeza, contou que a vida política não lhe permitiu ser um pai presente, mas Marisa “segurava a barra” da família. “Às vezes eu me culpo, às vezes acho que é assim mesmo. Ela praticamente criou os filhos sozinha”, disse.
No período em que viveu no Palácio da Alvorada (2003-2010), a então primeira-dama teve uma atuação política discreta. Dentro de casa, porém, sua opinião tinha mais valor que a de qualquer conselheiro do Planalto. “A gente sentava, jantava, conversava, discutia. Ela tinha muito mais importância que os ministros. E sempre me dizia: não esqueça nunca de onde você veio e para onde você vai voltar”, contou o ex-presidente.
Lula tornou-se diretor do sindicato em 1969. Dos 48 anos de intensa vida pública, 43 foram vividos ao lado de Marisa. E foi à política que o petista recorreu quando quis expressar suas ideias sobre o matrimônio. “Nós tivemos uma vida extraordinária, uma vida de muita compreensão. Eu tenho em mente que o casamento é o maior exercício de democracia que o ser humano pode fazer. É no casamento que você aprende a ceder.”
O ex-presidente disse ter orgulho da “menina que parecia frágil, mas que falava grosso e colocava medo”. Riu quando lembrou a gargalhada de Marisa ao comentar, sentada à mesa no Alvorada, como “os companheiros que trabalham na cozinha” deviam achar muito estranho uma primeira-dama querer pé de frango para o jantar. Fez mea-culpa por não ter assistido ao parto dos filhos e demonstrou gratidão ao recordar a época em que Marisa se prontificou a vender camisetas e bandeiras do recém-criado PT, hoje o “partido que a direita quer destruir”. 
Lula
Lula despede-se daquela que o acompanhou por mais de 40 anos (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
E foi assim que, nos momentos finais de seu discurso, Lula se pôs a falar das investigações contra ele e a mulher, ré em duas ações penais da Operação Lava Jato. “Marisa morreu triste por conta da canalhice, da imbecilidade e da maldade que fizeram com ela”, disse o petista. “Que os facínoras que levantaram leviandades contra a Marisa tenham, um dia, a humildade de pedir desculpas a ela.”
Em sua última homenagem à mulher, o líder popular mais influente do Brasil falou também de política. E não foi o único. Dom Angélico Sândalo Bernardino conduziu a cerimônia e fez um alerta contra as reformas conduzidas pelo governo de Michel Temer.
“Precisamos estar atentos. Estamos em um sindicato memorável por suas lutas. Que a reforma trabalhista não seja contra os trabalhadores. Que a reforma da Previdência não seja contra os pobres e os assalariados”, disse o bispo emérito de Blumenau (SC).
Muitos que ali estavam veem em Lula a principal opção para 2018. No dia 30 de janeiro, na primeira aparição pública após a internação de Marisa, o ex-presidente, em um desabafo, sinalizou que não pretende descansar tão cedo. “A pressão e a tensão fazem as pessoas chegarem ao ponto que a Marisa chegou. Mas isso não vai me deixar chorando pelos cantos. Vai ficar apenas batendo na minha cabeça, como mais uma razão para que a luta continue”, disse na ocasião.
Cinco dias depois, em meio à multidão que homenageava a ex-primeira-dama no salão do sindicato, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, pediu a palavra para desejar força a Lula e lembrá-lo da promessa. “Ele vai nos liderar nas lutas que vem travando por um Brasil mais justo. Eu sei que todo o povo brasileiro, não só os militantes do PT, querem que você continue a sua luta.”
Em meio a tantos retrocessos, lideranças do campo progressista parecem voltar a se organizar. À reportagem de CartaCapital, a deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP) disse que Marisa Letícia é uma referência para a luta das mulheres. Sua morte, diz, pode unir a esquerda em torno de um projeto comum.
Uma das fundadoras do PT, Erundina deixou o partido em 1997 e recentemente foi alvo de críticas da militância petista por ter lançado candidatura própria à Prefeitura São Paulo, quando o então prefeito Fernando Haddad (PT) tentava se reeleger. “Independentemente das diferenças que eventualmente possam nos separar, há algo muito mais forte que nos une, que é o amor pela construção de uma nação mais justa, mais fraterna e mais democrática, combatendo o ódio, a discriminação e o preconceito”, disse a deputada.
Erundina
Erundina: 'O que nos une é o amor pela construção de uma nação justa' (Foto: Nelson Antoine/AFP)
Para o deputado federal Vicentinho (PT-SP), é hora de transformar a dor em força. “A Marisa nos representou em 1980, quando organizou as mulheres para serem solidárias à nossa greve”, disse o petista, recordando a marcha em defesa dos sindicalistas presos no Departamento de Ordem Política e Social (Dops), órgão do aparato repressivo da ditadura. “E a Marisa nos representa agora, ao juntar aqui tanta gente, a nossa militância. Reencontrei companheiros das greves de 79, de 80. Companheiros que estavam nos seus cantos e agora se reanimam para a luta.”
A dor da perda preocupa, no entanto, aqueles que estão próximos a Lula. “É preciso desejar muita força ao Lula, porque o ataque continua e, em meio a isso, ele tem uma perda tão dolorosa como essa”, disse Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
“Essa morte deixa também um simbolismo. A situação de dona Marisa em seus momentos finais gerou reações desumanas. Médicos desejando a morte ou divulgando exames, gente fazendo os comentários mais atrozes nas redes sociais. Isso deve nos levar a uma reflexão: para onde vai isso tudo?”, questionou Boulos.
Reportagem publicada pelo jornal O Globo em 2 de fevereiro revelou que, horas após Marisa dar entrada no Hospital Sírio-Libanês, em 24 de janeiro, a médica reumatologista Gabriela Munhoz compartilhou com terceiros informações sigilosas a respeito do diagnóstico da ex-primeira-dama, internada por conta de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
As informações foram enviadas por mensagens de celular a um grupo de antigos colegas de faculdade. A troca de mensagens entre os médicos, reproduzida pelo jornal, é assustadora. Ao saber que Marisa passaria por um procedimento, o neurocirurgião Richam Faissal Ellakkis disse aos amigos que faria diferente. “Esses fdp vão embolizar ainda por cima. Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela”, escreveu.
Ellakkis prestava serviços no hospital da Unimed São Roque e foi demitido, assim como Gabriela Munhoz, que não integra mais o quadro de funcionários do Sírio-Libanês. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abriu sindicância para apurar se houve violação ao Código de Ética. O vazamento à imprensa de uma tomografia feita por Marisa no hospital Assunção, em São Bernardo do Campo, também é investigado.
Boulos
'A situação de Marisa gerou reações desumanas', lamenta Boulos (Foto: Paulo Lopes/Futura Press)
O discurso de ódio, muitas vezes restrito às mensagens privadas e às redes sociais, ultrapassou a barreira virtual e se materializou na voz de mulheres que, no dia seguinte ao AVC de Marisa, se dispuseram a ir até a porta do hospital. Nos cartazes que exibiam, a imagem de um Lula presidiário e críticas à internação no Sírio-Libanês: “Vá para o SUS”, dizia um; “Cadê os médicos cubanos?”, questionava outro.
A falta de humanidade atingia o seu ápice. A fim de evitar novas demonstrações de ódio, a militância do PT mobilizou-se e ocupou a entrada do hospital no dia 2 de fevereiro. Na manhã daquela quinta-feira, a equipe médica havia constatado a morte cerebral da paciente e a família autorizou o início dos procedimentos de doação de órgãos. O grupo, formado por cerca de 20 pessoas, fez orações e colocou flores em frente ao hospital.
A confirmação da morte de Marisa levou quase dois dias, encerrada somente às 18h57 do dia 3 de fevereiro. No Sírio-Libanês, o ex-presidente recebeu condolências de amigos e autoridades e a visita de Fernando Henrique Cardoso.
Em meio ao triunfo da intolerância, uma foto em que os adversários aparecem abraçados inundou as redes sociais, um alento em tempos de ódio e pouco diálogo. Com a visita, FHC retribuía o gesto de 2008 do então presidente Lula, que prestou condolências ao tucano pela morte da ex-primeira-dama Ruth Cardoso.
Campanha em 1989
Ao lado de Lula, Marisa teve papel central na trajetória do PT
Naquele mesmo dia, à noite, o petista também recebeu a visita de Michel Temer. A comitiva, que trazia ministros e figurões do PMDB, foi recebida no Sírio-Libanês pela militância petista aos gritos de “golpistas” e “assassinos”. Lula aceitou o gesto.
A postura do ex-presidente nem sempre é exemplo para seus perseguidores. Na quarta-feira 8, o juiz federal Sergio Moro negou pedido da defesa de Lula para adiar em 15 dias as audiências relativas ao processo do triplex no Guarujá. As audiências foram mantidas e serão realizadas nas próximas duas semanas. Segundo Moro, apesar do “trágico e lamentável” acontecimento, falta “amparo legal” para a suspensão do processo.
A dor extrema do luto não tem impedido o ex-presidente de prestar belas homenagens à mulher, como fez ao lado de seu caixão. Na coroa de flores que encomendou, uma última declaração à “Galega”: “Agora o céu ganha a estrela que iluminou minha vida”.
Dirigindo-se à multidão que acompanhava o velório, o petista voltou a emitir sinais de que a luta continua. “Vou agradecer à Marisa até o dia em que eu não puder mais, até o dia em que eu morrer. Eu espero me encontrar com ela com este mesmo vestido que eu escolhi, para mostrar que a gente não tem medo de vestir vermelho.”
*Colaborou Ingrid Matuoka
Original disponível em: (http://www.cartacapital.com.br/revista/939/lula-do-luto-a-luta). Acesso em 12/fev/2017.







Depoimento de Dallari fez “ruir” a tese do MPF sobre Triplex (Cf. Zanin)

Postagem no AberturaMundoJuridico 12/fev/2017...

ZANIN: DEPOIMENTO DE DALLARI FEZ RUIR TESE SOBRE TRIPLEX

Advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins destaca trechos do depoimento do advogado Pedro Dallari, professor titular da Faculdade de Direito da USP, que prestou assessoria jurídica à Bancoop, em 2008; segundo Zanin, a fala de Dallari fez “ruir” a tese do Ministério Publico que de Dona Marisa “receberia da OAS um apartamento diverso (triplex) daquele correspondente à cota que adquiriu da cooperativa, em 2005, e que o imóvel e suas melhorias teriam sido bancados com recursos oriundos de vantagens indevidas provenientes de três contratos da OAS”
Brasil 247 – O advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, destacou trechos do depoimento prestado nesta sexta-feira 10 pelo advogado Pedro Dallari, professor titular da Faculdade de Direito da USP, que prestou assessoria jurídica à Bancoop, em 2008.
Segundo Zanin, a fala de Dallari fez “ruir” a tese do Ministério Publico que de Dona Marisa “receberia da OAS um apartamento diverso (triplex) daquele correspondente à cota que adquiriu da cooperativa, em 2005, e que o imóvel e suas melhorias teriam sido bancados com recursos oriundos de vantagens indevidas provenientes de três contratos da OAS”.
Confira a íntegra da nota divulgada pela defesa de Lula nesta sexta:
Nota
Dos depoimentos colhidos hoje na 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba sobressaem 3 blocos de argumentação a referendar a defesa do ex-Presidente Lula e de sua falecida esposa Marisa Leticia.
O primeiro bloco diz respeito à Bancoop. A linha central da acusação do Ministério Público Federal referente ao triplex do Guarujá é a de que D. Marisa receberia da OAS um apartamento diverso (triplex) daquele correspondente à cota que adquiriu da cooperativa, em 2005, e que o imóvel e suas melhorias teriam sido bancados com recursos oriundos de vantagens indevidas provenientes de três contratos da OAS.
A clareza do depoimento de Pedro Dallari, professor titular da Faculdade de Direito da USP, que prestou assessoria jurídica à Bancoop, em 2008, fez ruir essa tese. A entrada de Dallari para assessorar a Bancoop se deu no momento em que o Ministério Público de São Paulo passou a acompanhar a cooperativa por meio de uma ação civil pública, que resultou em acordo que permitiu aos cooperados escolher entre a transferência da obra para uma construtora ou deixar sua finalização com a Bancoop. Para efetivar a transferência, a construtora exigia ao menos 90% de adesão dos cooperados do grupo, garantindo a viabilidade do processo. No caso da Bancoop, a inadimplência de parcela significativa dos mutuários atrasava as entregas dos imóveis e comprometia a saúde financeira da cooperativa.
D. Marisa Leticia adquiriu em 2005 uma cota do então chamado Mar Cantábrico. A OAS assumiu a obra em 2009. Há um inegável hiato temporal a comprometer o argumento da acusação. Dallari confirmou não haver nenhum elemento na ocasião da aquisição da cota, como sempre argumentou a defesa, que permitisse à D. Marisa vislumbrar o que o futuro reservava.
Importante frisar que o acordo celebrado em maio de 2008 entre a Bancoop e o Ministério Público previa que os cooperados deveriam decidir se os imóveis continuariam ou não com a Bancoop. O MP não entrou no mérito de cada transferência. Dos 11 grupos de cooperados da Bancoop, 4 optaram pela permanência na cooperativa e os demais, pela transferência. Neste momento, a gerência do Mar Cantabrico (posteriormente chamado Edifício Solaris) continuou com a Bancoop. Seus cooperados tiveram contato com diferentes construtoras, optando, depois, pela OAS, numa assembleia seccional. Houve, então, o encerramento do regime de cooperativa. Mas D. Marisa não exerceu, naquele momento, sua opção pela construtora, ficando no porcentual residual fora dos 90% que deram o aceite, mantendo sua relação jurídica com a Bancoop. A construtora não tinha o direito de obrigar a adesão.
Dallari afirmou também não haver qualquer participação do ex-Presidente no empreendimento da Bancoop.
O segundo bloco de depoimentos diz respeito aos três contratos propriamente ditos da Petrobras, que, segundo a acusação do MPF, teriam gerado vantagens indevidas para beneficiar Lula e sua esposa. Nenhum dos 4 depoimentos de funcionários da companhia – alguns inclusive que participaram dos processos licitatórios – produziu qualquer materialidade que comprovasse a acusação. Os depoimentos mostraram que, na ocasião da formalização dos processos licitatórios, estes seguiram os padrões técnicos vigentes quanto aos preços (que ficaram dentro da margem aceitável e determinada pelo órgão que fazia a estimativa). Nenhum órgão de controle ou auditoria interna ou externa da Petrobras apontou desvios. Tampouco o Conselho Fiscal da empresa e o TCU, à época, questionaram a celebração dos contratos.
A terceira linha de argumentação refere-se à tese da acusação de que o crescimento da base do governo Lula no Congresso se deu pela prática de cooptação de parlamentares com vantagens indevidas. O ex-ministro Alexandre Padilha disse haver expressa orientação de Lula para que as coalizões se dessem em torno de ideias, projetos e participação política e que foi inclusive criado um Conselho Político, para fomentar os relacionamentos. O depoimento de Padilha reforça o que disse ontem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o presidencialismo no Brasil e a formação de maiorias parlamentares.
As audiências para ouvir as testemunhas de defesa prosseguirão na próxima semana.
Cristiano Zanin Martins

sábado, 11 de fevereiro de 2017

A Burguesia fede (Tati Bernardi)

Postagem no AberturaMundoJuridico 11/fev/2017...
burguesia 1

A deliciosa crônica que você vai ler abaixo talvez seja o melhor retrato daquela elite paulistana (da cidade de São Paulo) que vestiu camiseta da “pouco corrupta” CBF para berrar contra a “corrupção”. A autora é colunista da Folha de São paulo e escreve divinamente. Divirta-se
*
Folha de São Paulo
10 de Fevereiro de 2017
A buerguesia Fede
Há dois meses, frequento uma academia de playboy em Higienópolis. Academia já é um troço meio deprimente e, perdão, outra opção mais barata, com aparelhos vagabundos, quebrados e sem bons professores, me pareceu ainda mais cruel.
Claro que prefiro um estúdio de pilates na Vila Madalena (apesar de ter muita preguiça de falso hippie, gente que chega de Jeep falando que só come alimentos germinados, gente que passa o dia postando sobre empoderamento, mas não trabalha ou gente que paga R$ 50 mil em uma ambulância do Einstein pra poder parir em casa porque é contra hospital). Mas o ortopedista me mandou parar com tanto alongamento cabeça e puxar ferro de verdade. Obedeci.
Em nome de minha sanidade mental, comprei um fone de ouvido wireless, enorme, vedação completa. Tenho sérios problemas com o sotaque de algumas jovens abastadas (principalmente quando em turma). Por que, por Deus, elas falam como se ter a pior rinite do século and um curso de debilidade italiana and um nabo enfiado no ânus resultasse em uma dicção aceitável (e sexy?)? Tipo meeeeu. Ai â-miii-gahhh. Por que elas falam cáh-sah em vez de casa? Sou obcecada em odiar esse sotaque.
Durante o banho, infelizmente, não consigo usar o fone de ouvido e acabo escutando um ou outro papo. Pra minha surpresa, nem todas são antas que vivem de selfie e herança, muitas são médicas, advogadas, jornalistas, CEO de empresas. Mas o sotaque é quase unânime. Rico paulistano jovem (ou querendo ser jovem) tem voz de burro, não tem jeito.
Mas esse texto é pra falar de outra coisa. Eu queria pedir a você, pessoa frequentadora de academia de playboy em Higienópolis: não feda. Esse é o mínimo que você pode fazer pela classe trabalhadora. Veja, minhas reuniões começam cedo e vão até bem tarde. Muitos desses encontros me fazem suar frio, pois tenho bastante medo de perder o emprego e não ter como pagar as contas. E ainda assim, quando estou ao seu lado, performando no elíptico ou no aparelho que simula escadas, eu não fedo.
Nunca, nem mesmo na aula de “samba funcional” eu federei. Minha nécessaire tem maravilhoso desodorante do qual faço uso ao menos três vezes ao dia. O nome disso é respeito ao coleguinha.
Mas você, que parou seu carro de qualquer jeito, pegando três vagas, que largou a esteira funcionando porque vive totalmente absorvido pelo esplendor da sua existência, vai lá se preocupar se eu estou verde ao seu lado? Se a minha bile, açoitada com o seu cheiro de esfiha vencida, está encharcando meu esôfago em refluxos agressivos de inconformismo? Não, você está pouco se lixando se a sua axila aniquilou a salubridade olfativa de 20 metros quadrados.
O odor do andar dos aparelhos aeróbicos da academia de playboy de Higienópolis beira a indecência. É flato de quem comeu 34 ovos no café da manhã misturado a bafo de quem está de regime (aquele bafo de bexiga de aniversário) misturado a sovaco assassino. Vocês nem parecem que votaram no Doria, estudaram na Faap e velejam em Ilhabela! Que feio galera! Feder e falar como pato sequelado é demais pra minha cabeça.
Talvez sua autoestima bem nascida lhe murmure: que nobre odor de testosterona em spray! Não, querido, você fede. Talvez aquelas pândegas no Café de La Musique tenham tirado suas narinas da jogada. Talvez não seja egoísmo, apenas anosmia festiva. Mas vá por mim, sem o devido cuidado, você fede. E feder, mesmo pra quem tem a vida ganha, é a mais escandalosa e vexatória derrota.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Novo normal: enquanto o ES afundava no caos, Moraes caitituava votos para o STF em “love boat” (Kiko Nogueira do DCM)



Novo normal: enquanto o ES afundava no caos, Moraes caitituava votos para o STF em “love boat”. Por Kiko Nogueira

Postado em 10 Feb 2017
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O novo normal do Brasil pós-golpe é de encher os olhos.
No mesmo dia em que o Espírito Santo chegava à marca de 100 mortos no caos instalado, o ministro da Justiça licenciado Alexandre de Moraes recebia uma “sabatina informal” de senadores num barco peculiar em Brasília.
Foi na noite de terça, dia 7. De acordo com o Estadão, oito parlamentares participaram do encontro.
Moraes foi questionado, entre outras coisas, sobre seu envolvimento com o PCC, legalização das drogas e prisão em segunda instância.
Estavam no jantar os senadores Benedito de Lira (PP-AL), Cidinho Santos (PR-MT), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Ivo Cassol (PP-RO), José Medeiros (PSD-MT), Sérgio Petecão (PSD-AC) e Zezé Perrella (PMDB-MG).
A chalana Champagne é a casa flutuante de Wilder Morais, do PP de Goiás. Ele e Lira são membros titulares da Comissão de Constituição e Justiça e outros dois, Petecão e Cassol, são suplentes.
Segundo a reportagem, a conversa se estendeu madrugada adentro. A certa altura, Moraes foi perguntado sobre o time para o qual torce.
Depois de responder que era o Corinthians, lhe disseram que ele não poderia ir par ao Supremo “porque não tinha uma das características básicas par se tornar ministro, que é a de ter conduta ilibada”. Divertidíssimo.
O barco de Wilder ((foto Andreza Mais / Estadão)
O barco de Wilder (foto Andreza Mais / Estadão)

Moraes avisou à imprensa que visitará todos os 81 senadores. Anda com o aparato do estado para fazer isso. Um assessor especial de Michel Temer, o ex-deputado Sandro Mabel, o acompanha.
No ano passado, Mabel articulou votos para tentar salvar Cunha da cassação, trabalhou pela candidatura de Rodrigo Maia para a Câmara e compareceu às votações decisivas do impeachment de Dilma.
Aparece numa delação premiada como responsável por inserir uma medida provisória para atender um empresário ligado à indústria farmacêutica.
“No mundinho do diz-que-diz de Brasília a fama das viagens vespertinas da chalana, quando singra as águas do Lago Paranoá com passageiros severamente selecionados e recomendados, dispensa o afrancesado ‘Champagne’ e abraça o pragmático anglicismo do apelido ‘Love Boat’. Sim: ali o amor está sempre a bordo”, escreve Luís Costa Pinto no Poder 360.
Wilder é ex-marido de Andressa Mendonça, que o trocou pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira. Foi Cachoeira quem o indicou para a vaga aberta com a cassação de Demóstenes Torres. A folha corrida dele é vasta.
Na pasta que ocupou, Moraes tem como pináculo de sua gestão a prisão de dez pobres coitados acusados de planejar ato terrorista na Olimpíada. Um deles morreu na cadeia.
No auge da crise dos presídios, cravou que a situação estava sob controle. Detentos ainda se degolaram por vários dias.
O Espírito Santo tem toque de recolher por WhatsApp e cadáveres apodrecendo nas ruas. As negociações com PMs emperraram. O Rio de Janeiro está em pânico porque a situação pode se repetir por lá. A greve dos policiais fluminenses bate à porta.
O Brasil não tem ministro da Justiça. Aquele que está sob licença não vê qualquer problema, moral ou ético, em navegar num lago brasiliense com as melhores companhias, ao mesmo tempo em que capixabas não saem de casa. Ninguém lhe pergunta nada.
É o novo normal. A má notícia — e a boa — é que não tem como acabar bem.
O senador Wilder Morais, dono da chalana Champagne, fantasiado de PM em festa
O senador Wilder Morais, dono da chalana Champagne, fantasiado de PM em festa

O ministro xerox (Beto Melo em especial do Jornalistas Livres)

Postagem no AberturaMundoJuridico 10/fev/2017...

O ministro xerox

Alexandre de Moraes plagia jurista espanhol também no livro "Direito Constitucional"







9 fevereiro, 2017
Por Beto Melo, especial para os Jornalistas Livres

No mundo intelectual e acadêmico, não há crime pior do que plagiar. É o equivalente a latrocínio ou estupro no direito criminal: crime hediondo. A pena é capital: o sujeito perde o título, o emprego e a reputação, com todas as desonras possíveis. Se for catedrático, perde a cadeira e não tem mais onde sentar.
Muito bem. Os Jornalistas Livres nos brindou com essa delícia: o ministro Alexandre de Moraes, prestes a assumir uma vaga no Supremo, não passa de um máquina de xerox intelectual.
É uma delícia porque virou uma “verdade alternativa” dizer o seguinte: “O cara é um mau secretário, um péssimo ministro, um político horrendo, MAS… é um constitucionalista de primeira! Um jurista espetacular! Um grande professor!”
Essa última máscara caiu por terra com a descoberta de que o sujeito plagiou o jurista espanhol Rubio Llorente pelo menos em três trechos em seu livro “Direitos Humanos Fundamentais” (Moraes esqueceu de acrescentar o direito fundamental de plagiar, mas deixa para lá).
Como o criminoso sempre volta ao local do crime, o fato é que os mesmos trechos também aparecem em outro livro de Moraes: “Direito Constitucional”, que já está na 32a. edição (a primeira foi em 1996; custa R$ 188,09 nas melhores livrarias). São os mesmos trechos, as mesmas palavras, a mesma ausência de aspas.
SE FOSSE NUM SERIADO DO TIPO “CRIMINAL MINDS”, SERIA A MESMA IMPRESSÃO DIGITAL.
Para ser membro do Supremo, há poucas exigências. Duas delas são ter notável saber jurídico e reputação ilibada. Plagiar derruba as duas numa tacada só..
Aqui, neste link, vc pode conferir a “obra” de Alexandre de Moraes:
Capa livro Direito Constitucional, de Alexandre de Moraes: mais plágio

FHC depõe e diz que também teve doações de empresas para manter acervo (Fernando Brito)


Postagem no AberturaMundoJuridico 10/fev/2017...

FHC depõe e diz que também teve doações de empresas para manter acervo

depfhc

Fernando Henrique Cardoso depôs hoje ao juiz Sérgio Moro e, claro, disse que administrou  o acervo presidencial da mesma forma que Lula, com recursos oferecidos por empresas como colaboração, até porque os ex-presidentes, que não recebem aposentadoria, não têm outra forma de fazê-lo. Disse que, mesmo antes de deixar o mandato, teve reuniões com empresários, entre eles Emílio Odebrecht, para conseguir um espaço para o que seria, depois, o Instituto que leva seu nome.
Mais uma história do powerpoint de Deltan Dalagnol  – a do armazenamento do acervo presidencial – vai “para o brejo”.
Então, o resumo da ópera, neste caso é que nenhum dos delatores – Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco – é capaz de dizer qualquer coisa sobre Lula ter se beneficiado dos negócios da Petrobras, nenhuma das testemunhas tem mais do que uma visita de Marisa Letícia para olhar o tal triplex, tudo o mais que se tem é fofoca de vizinhos e porteiros. Além dos tais containers do acervo presidencial, cuja a guarda jamais poderia ser benefício pessoal.
O final do depoimento é patético: Sérgio Moro, por duas vezes, pergunta a Fernando Henrique se ele recebeu doação – a expressão é de Moro – “por fora”.  Ora, será que alguém esperava que FHC fosse dizer: sim, doutor, recebi?
As duas partes do depoimento podem ser vistas aqui aqui.