Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 06/jan/2019...
BOLSONARO NÃO MANDA! ENCHERAM DE BEÓCIOS PARA O FMI VIR “SALVAR” DEPOIS
Posso
estar vendo chifre em cabeça de cavalo. Sempre é bom ficar com um pé
atrás, diante da arte do ilusionismo que tomou conta da política
brasileira. Nem tudo é o que parece ser. Começo a duvidar até de meus
olhos. Apenas as lembranças históricas não costumam falhar…
Hitler
e sua malta de odientos fascistas alucinados, ao assaltarem a Polônia
em 1939, se propuseram a eliminar uma nação do mapa, começando por
dizimar sua inteligência – professores, intelectuais, artistas,
escritores, pesquisadores e técnicos qualificados. O que sobrasse dos
polacos – “subumanos eslavos”, segundo a novilíngua nazista – deveria se
tornar, para o resto dos tempos, um povo submisso de lacaios a serviço
da “Herrenrasse” ariana.
O
“empreendimento Tannenberg”, como se chamava a operação, foi
meticulosamente preparada pelo Amt II da SD (serviço de inteligência da
SS), com produção de listas de nomes das pessoas a serem detidas e
assassinadas. Restaria, ao final, pelo desejo dos invasores, apenas uma
sociedade de terra arrasada, incapaz de se opor a sua germanização.
Os
tempos são outros, mas os canalhas se adaptam. Invadir o Brasil para
dizimar sua inteligência seria algo anacrônico. Hoje se usa o
“softpower” para destruir e submeter. Chamam-no de “guerra híbrida”.
Desviam-se as potencialidades e se aproveitam as debilidades estruturais
e funcionais de uma sociedade doméstica, faz-se uso de doutrinação
subliminar. As redes sociais com sua veiculação impulsiva de bronca se
prestam muito bem a isso.
Não
é difícil verificar que o beócio do capitão da reserva que ganhou a
corrida presidencial não está sozinho no seu projeto, que só é “seu” na
sua fantasia e na fantasia de seus filhos oligofrênicos, bem como
daquelas pobres criaturas ainda inebriadas com a miragem do “mito”.
Quem, no entanto, comanda a operação arrasa-Brasil não mora aqui. Está
tão distante quanto os servidores que disseminaram “en masse” mensagens
mentirosas na campanha presidencial.
Ocupar
os cargos do governo com gente incapaz, vaidosa e despreparada parece
ser parte da estratégia de dominação. Trata-se de forma “soft” de matar a
“intelligentsia” no aparato estatal. Tacham-se os melhores quadros de
“marxistas” e sobram os ingênuos, “useful idiots”, para levar a máquina
pública a seu descalabro. Depois, vêm os salvadores do FMI, do Banco
Mundial e do Federal Reserve, para cuidar da massa falida, para
transformar o Brasil no “Generalgouvernement” americano.
De bobo
não tem nada, quem está por detrás desse plano. Bobos somos nós que só
olhamos para as aparências, achando que o capitão da reserva manda
alguma coisa. Bobos são os que acham que foi a “corrupissaum dos
petralhas” a causa dessa indignidade porque nossa nação vai fatalmente
passar. Mas o buraco é mais embaixo, como diz a sabedoria popular.
Tome-se
como exemplo a escolha do futuro chanceler do Brasil. Um idiota de
carteirinha. Um zero à esquerda que conseguiu ser promovido este ano a
ministro de primeira classe por um governo à deriva, certamente à base
de muito beija-mão, como sói ser na casa de Rio Branco. Beijou mãos
podres e golpistas. Produziu um blog de terceira categoria para puxar o
saco do capitão e de seus filhos-diádocos, ousando o que nenhum
diplomata de raiz ousaria. Depois, fez publicar um texto cheio de
asneiras sobre a salvação da “civilização ocidental” por Donald Trump –
um texto que faria corar até o mais inestudado aluno de relações
internacionais.
Mas a escolha tem sua razão de ser. O aparente
besteirol do diplomata lunático tem sistema, como o tiveram mensagens
sobre a URSAL ou sobre a suposta defesa da pedofilia pelo candidato
adversário do capitão da reserva, serve sobretudo para confundir e
transformar a comunicação numa sopinha de letras, longe de qualquer
consenso sobre significantes e significados. É com essa guerra semiótica
que se desestruturam diálogos essenciais numa sociedade.
O Brasil
está alvo de um forte ataque e só não vê quem não quer. Aprofundou-se a
fragmentação política de modo a impedir a adoção de qualquer agenda. As
eleições, ao invés de estancar a polarização paralisante de pós-2013, a
radicalizaram. Não há conversa possível com quem sugere que a embaixada
da Alemanha peca por ignorância quando explica que o nazismo foi uma
prática da direita política. O discurso da turba ficou tão absurdo que
se reduz a um latido. E a latidos se responde com latidos. Uau-uau!
A
quem interessa essa destruição do país? A importância estratégica do
Brasil pode oferecer muitas respostas, mas o certo é que só não
interessa às brasileiras e aos brasileiros. De uma pujante potência
periférica vamos nos transformar num parque de diversões das nações
centrais. Vão rir muito de nós enquanto surrupiam nossos ativos. E são,
para variar, os mais pobres – os “subumanos cucarachos”, na novilíngua
trumpista – que pagarão a conta, com extinção das políticas públicas,
com o fim de direitos econômicos e sociais e com a degradação dos
serviços públicos mais básicos, pois, quem tem dinheiro, se juntará à
gargalhada da plateia gringa em Miami, com Bolsonaro, o Bozo, a se
apresentar como protagonista do quadro de humor desse triste circo
brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário