Postagem 30/nov/2016...
E AGORA? Diretor da OAS que foi absolvido por TRF, teve vida “arruinada” por conta de prisão indevida de Moro
Por erro da força-tarefa da operação “lava jato” e do juiz Sergio
Moro, a vida do ex-diretor da OAS Mateus Coutinho de Sá foi arruinada.
Sua prisão indevida fez com que perdesse o emprego, sua mulher o
abandonasse e ele fosse privado de conviver com sua filha pequena por
quase seis meses, como informa o jornal Folha de S.Paulo. A recente
absolvição de Coutinho de Sá pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região
deixou patente a arbitrariedade de seu encarceramento.
Prisão indevida de Moro acabou com a vida do executivo Coutinho de Sá.
Divulgação/Ajufe
Divulgação/Ajufe
Em julgamento de apelação concluído na quarta-feira (23/11), a 8ª
Turma do TRF-4, por unanimidade, absolveu o executivo, por falta de
provas. Ele tinha sido condenado a 11 anos de prisão por Moro, que
alegava haver “prova robusta” do envolvimento da OAS no esquema de
corrupção que funcionava na Petrobras.
Mateus Coutinho de Sá foi preso preventivamente em 14 de novembro de
2014, junto com os presidentes das empreiteiras OAS, Camargo Corrêa,
Iesa Óleo e Gás, UTC e Queiroz Galvão, além de outros executivos. Desde o
início, ele jurou inocência, mas não foi levado a sério. Diferentemente
dos demais, não conhecia os outros detidos, nem parecia ter
conhecimento de assuntos de suas conversas, segundo um outro preso disse
à Folha.
Na cela em que ficou, na Superintendência da Polícia Federal em
Curitiba, também estavam Erton Medeiros Galvão, presidente da Galvão
Engenharia, João Auler, ex-presidente do Conselho Administrativo da
Camargo Corrêa, e Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente e herdeiro da
Mendes Júnior. Por ser o mais novo, Coutinho de Sá dormia em um colchão
no chão, já que não havia camas para todos.
Ainda que demonstrasse serenidade, a saudade da filha apertava, e ele
passou a demonstrar sintomas de depressão. Mas o executivo não queria
que a menina o visitasse, para evitar desgastes. De acordo com o jornal,
um agente federal formado em Psicologia passou a ajudá-lo. Outro,
porém, provocou-o, dizendo que Coutinho de Sá não veria sua filha tão
cedo. Fora de si, ele partiu para cima do agente, e teve que ser contido
por seus colegas.
Como seus Habeas Corpus foram negados pelos tribunais superiores,
Coutinho de Sá cedeu à saudade e concordou com uma ida da filha ao
presídio, desde que fosse em um dia sem outras visitas. Quando os outros
presos ouviram a menina gritar “pai!”, a comoção foi geral, conta a
Folha.
Finalmente, em 28 de abril de 2015, o executivo deixou a cadeia após o
Supremo Tribunal Federal autorizar que ele e outros investigados da
“lava jato” poderiam responder ao processo em prisão domiciliar. Depois,
Moro substituiu a detenção por medidas cautelas, como o afastamento de
atividades econômicas.
Mas o estrago já estava feito. Coutinho de Sá foi demitido da OAS e
passou a sofrer preconceito por ter sido acusado de envolvimento no
esquema de corrupção na Petrobras. Pior: o desgaste acabou com seu
casamento.
Juliano Breda, um dos seus advogados, lamentou sua prisão indevida.
“Nenhum dos delatores da ‘lava jato’ tinha dito que Coutinho praticou
qualquer tipo de crime. Ele não tinha absolutamente nada a ver com esse
esquema.”
À Folha o executivo disse que não tinha condições de dar entrevista, e que estava concentrado em reconstruir sua vida.
Original disponível em: (http://clickpolitica.com.br/brasil/e-agora-diretor-da-oas-que-foi-absolvido-por-trf-teve-vida-arruinada-por-conta-de-prisao-indevida-de-moro/). Acesso em 30/nov/2016.
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