Postagem 24/out/2016...
1º ministro japonês detona Lava Jato e humilha governo Temer e o golpe

Comentário do blog: o Itamaraty de José Serra jogou Michel Temer em uma das maiores humilhações da história de um governante nos BRICS.
Temer foi ao Japão de ‘pires na mão’, na esperança de
atrair investimentos ao Brasil, mas levou um puxão de orelha do
primeiro-ministro Shinzo Abe.
Segundo reportagem da Folha, apesar do aperto de mãos entre os chefes
de Estado, a portas fechadas o primeiro-ministro japonês foi curto e
grosso: reclamou das perdas bilionárias que o Japão teve recentemente
devido à operação Lava Jato, responsável por paralisar inúmeros projetos
e obras de infraestrutura que os japoneses desenvolviam em parceria com
as empreiteiras brasileiras.
Ele deu como exemplo as perdas de R$ 760 milhões da Kawasaki — mais
conhecida no Brasil por suas motos, mas que no Japão é a maior
fabricante de navios, trens e outros maquinários pesados — no Estaleiro
Enseada, no Rio de Janeiro.
A Kawasaki administra o estaleiro junto com a Odebrecht, OAS e UTC, e teve suas atividades paralisadas pela Lava Jato.
Segue abaixo trecho de reportagem da enviada especial da Folha ao Japão.
***
na Folha
(...)
Mas, embora as fotos oficiais mostrem um cordial aperto de mãos entre
os chefes de governo dos dois países, a portas fechadas a tentativa de
restaurar a confiança dos japoneses ficou pela metade.
A própria declaração de apoio de Abe à nova política macroeconômica
brasileira no discurso pós-reunião com Temer teve tom não de elogio, mas
de crítica à crise instaurada pela política anterior.
A Folha apurou que, na reunião de trabalho com Temer, que
ocorreu sem a presença da imprensa, o primeiro-ministro foi bastante
direto e duro.
As queixas se concentram nos prejuízos bilionários sofridos por
empresas japonesas que investiram em projetos do então governo petista
em áreas como indústria naval, óleo e gás e energia, todos afetados
pela operação Lava Jato.
A Kawasaki, maior fabricante de navios, trens e outros maquinários
pesados do Japão, declarou perdas de R$ 760 milhões com o Estaleiro
Enseada, em que tem sociedade com as empreiteiras Odebrecht, OAS e UTC.
Grandes indústrias dentre as 700 que se instalaram no Brasil também
perderam com a mudança de regras do setor elétrico brasileiro, que
encareceu o custo da eletricidade.
A derrocada do modelo baseado em consumo e crédito subsidiados
golpeou também a indústria automotiva, na qual os japoneses investiram
US$ 7 bilhões entre 2003 e 2006.
(...)
No caso da indústria naval, por exemplo, a empresa Sete Brasil, que
cancelou encomendas levando os estaleiros à derrocada, havia sido criada
com promessa de um empréstimo de R$ 9 bilhões do BNDES que nunca se
realizou.
Não por acaso, Temer e os ministros que vieram apresentar o plano de
concessões em infraestrutura repetiram dezenas de vezes as expressões
"segurança jurídica", "previsibilidade" e "regras de mercado" e
declararam repúdio à intervenção do governo nos negócios.
Enquanto as cobranças de Abe ficaram em âmbito reservado, as dos
empresários foram públicas, tanto no seminário da terça-feira (18)
quanto no almoço desta quarta (19).
O governo brasileiro se esforçou para frisar que deixará a cargo do
mercado o cálculo da relação risco/retorno nos leilões de
infraestrutura, para os quais espera atrair R$ 24 bilhões apenas no
próximo ano.
Mas os investidores japoneses
responderam, de diversas formas, que hesitam em correr de novo esses
riscos até terem certeza de quais são as regras dos contratos, e de que
elas não serão quebradas.
Original disponível em: (http://www.ocafezinho.com/2016/10/20/temer-vai-de-pires-na-mao-ao-japao-e-leva-fora-do-primeiro-ministro-shinzo-abe/). Acesso em 24/out/2016.
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