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Marco Aurélio Mello
Bradesco agência 1363
conta 120558-7
cpf 075298408-00
Leia também:
Luiz Antonio Dias: O papel da Folha e do Estadão no golpe de 64
Cesar Bolaño: 50 anos depois, projeto cultural da ditadura foi vitorioso
Bia Kushnir: Além de apoiar o golpe, mídia foi colaboracionista
publicado em 30 de março de 2014 às 5:01


Da Redação
No debate deste sábado TV Globo: Do golpe de 64 à Censura Hoje a historiadora Beatriz Kushnir, autora do livro Cães de Guarda – Jornalistas e Censores, do AI-5 à Constituição de 1988, se disse surpresa com a contribuição de um jornalista a um recente caderno da Folha de S. Paulo sobre o golpe de 64.
Em seu artigo, sobre a imprensa paulista, o jornalista oferece um
retrato matizado do que, na opinião de Beatriz, foi claríssimo: a mídia
não só apoiou o golpe de 64 como, ao longo da ditadura militar, foi
colaboracionista. O autor do artigo criticado pela historiadora também
diz que a mídia teve papel importante tanto na anistia quanto na
redemocratização, o que ela contesta. Bia faz referência ao livro Mil Dias, que descreve a redefinição do projeto editorial da Folha
com objetivos comerciais. Ela relembra Jânio de Freitas: se as pessoas
voltassem aos arquivos dos jornais da época do AI-5, o ato mais grotesco
da ditadura, que fechou o Congresso, ficariam chocadas com o que se
escreveu então.
Sobre os dois principais jornais paulistas, apesar da aparente amnésia, sabemos muito. Sabemos,
por exemplo, do papel central de Julio de Mesquita Neto entre os
conspiradores [Leia aqui o que a revista norte-americana Fortune
escreveu sobre ele, na época]. Ironicamente, mais tarde, os jornais da família Mesquita seriam os únicos a receber censores na redação.
Porém, como disse Bia em sua fala, publicar poemas de Camões na primeira página do Estadão e receitas culinárias nas páginas do Jornal da Tarde foram concessões da ditadura, já que o que estava proibido era publicar os jornais com espaços em branco.
O caso da Folha é claríssimo. O jornal apoiou o
golpe e a ditadura até tarde. Mudou de posição em busca de vantagens
comerciais. Tirou proveito da destruição de concorrentes, como a Última Hora, de Samuel Wainer. Engoliu o Notícias Populares, criado para enfrentar a Última Hora. Quando
a TV Excelsior teve a concessão cassada, pelo governo Médici, a família
Frias ficou com parte do espólio. Emprestou um jornal à ditadura, a Folha da Tarde.
Também emprestou carros de entrega de jornais à Operação Bandeirantes,
que operou o maior centro de torturas do Brasil, o DOI-Codi da rua
Tutoia. Quando os militares se dividiram, a Folha jogou com a linha mais dura, que não aceitava a abertura “lenta, gradual e restrita”. Em resumo, foi oportunista.
Já a Globo, segundo Beatriz detalha em seu livro, chegou a contratar
censores para atuar como seus funcionários, com o objetivo de
aperfeiçoar a autocensura e evitar cortes que poderiam causar prejuízos
econômicos.
Hoje, porém, o que se vê, segundo a historiadora, é uma tentativa de
reescrever a História, destacando o papel “resistente” da mídia que,
segundo ela, praticamente não houve.
Jornalistas vítimas da ditadura, acrescenta, foram aqueles que
militaram em organizações de esquerda na luta armada e foram presos e
mortos.
O evento deste sábado faz parte de uma campanha para levantar fundos
para o jornalista Marco Aurélio Mello, processado duas vezes por seu
ex-patrão global, uma delas por ter escrito uma peça de ficção.
Marco Aurélio Mello
Bradesco agência 1363
conta 120558-7
cpf 075298408-00
Leia também:
Luiz Antonio Dias: O papel da Folha e do Estadão no golpe de 64
Cesar Bolaño: 50 anos depois, projeto cultural da ditadura foi vitorioso
Disponível em: (http://www.viomundo.com.br/denuncias/bia-kushnir-alem-de-apoiar-o-golpe-midia-foi-colaboracionista.html). Acesso em: 01/jun/2014.
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