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sábado, 23 de junho de 2012

Paraguai, a crise mora ao lado | Gabeira.com

Paraguai, a crise mora ao lado | Gabeira.com

Paraguai, a crise mora ao lado

23.06.2012 | 08:14

Vem do Paraguai a nova crise sul-americana. Na terca-feira em Mendoza os lideres do Mercosul podem decidir pelo afastamento do pais de todos os órgãos multilaterais.
A alegação será a quebra do compromisso democrático, com a posse do presidente Federico Franco, do Partido Liberal.
O julgamento de Lugo foi muito rápido. Tão rápido que dois senadores da oposição ainda chegaram a propor um adiamento, para que tivesse mais tempo de defesa. Foram derrotados.
As acusações contra ele não se resumem no conflito entre os camponeses sem terra e a policia, resultando em 17 mortos.
O que pesou também na decisão dos senadores foi o fato de Lugo ter permitido uma manifestação de esquerda dentro de uma base militar, inclusive com o uso de bandeiras que não eram do Paraguai.
Lugo tinha apenas nove meses de mandato. Com a pressão dos países vizinhos, possivelmente, o Paraguai entre num clima eleitoral para atenuá-la.
Não há como prever o desdobramento da crise. Muitos comparam o que se passou em Assunção com o episódio de Honduras, envolvendo Manuel Zelaya.
Naquele momento, o Brasil teve um papel central, abrigando Zelaya em sua embaixada. O que fará quando tudo acontece na sua vizinhança?
Um dos alvos dos sem terra paraguaios são os brasiguaios, lavradores e fazendeiros brasileiros que mudaram para aquele pais.
Esse fator, por si só, diferencia Honduras do Paraguai no quadro de nosso interesse nacional. As lutas violentas pela posse da terra ameaçam brasileiros. E os sem terra são um dos pilares da base de apoio de Lugo.
De todas as maneiras, Lugo saiu calmamente da presidência e voltou à sua condição de um cidadão paraguaio. Não esboçou nenhuma tentativa de permanecer negando a decisão do Parlamento.
O que o levou à essa tática? Não vi nas noticias sobre perda dos direitos políticos. A instabilidade de um governo de esquerda no Cone Sul ameaça outros.
Na Argentina, a popularidade de Cristina Kirchner cai em função de suas opções econômicas. E na Bolívia há uma greve de policiais revoltados com baixos salários, que giram em torno de R$400 por mes.
Vamos esperar pelo menos até terça, 26, em Mendoza.

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