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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Após eleição, aumenta a probabilidade da Grécia deixar a zona do euro...

Após eleição, aumenta a probabilidade da Grécia deixar a zona do euro

Após eleição, aumenta a probabilidade da Grécia deixar a zona do euro


Após o encerramento das eleições gerais da Grécia, no domingo, Antonis Samaras, líder do partido o conservador Nova Democracia (ND), que venceu as eleições, declarou nesta segunda-feira (7) que fracassou na tarefa de montar um governo e não conseguiu conquistar maioria absoluta no parlamento. “Fizemos tudo o que pudemos para formar um governo, mas (os demais partidos) não aceitaram”, disse Samaras, segundo o jornal “Kathimerini”. Junto do partido socialista Pazock, o Nova Democracia apoia os planos de austeridade instaurados pelo governo e exigidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela União Europeia para manter a ajuda financeira ao país.
Os resultados das eleições desse final de semana levantaram dúvidas quanto à permanência da Grécia na zona do euro e marcaram a rejeição da população em relação às medidas de austeridade financeira adotadas pelo governo. Favoráveis aos planos de austeridade, os partidos majoritários, Pazock e Nova Democracia, perderam espaço no parlamento. Com 149 deputados, juntos possuem dois assentos a menos que o necessário para obter maioria simples na casa, de 300 cadeiras. A coalizão de esquerda radical Syriza, que tradicionalmente conquistava entre 3% e 5% dos votos em eleições, ficou em segundo lugar, com 16,6% do eleitorado.
Os resultados, de saída, levantavam dúvidas quanto à forma como o governo seria formado, ou se isso seria possível. Nesta segunda-feira, depois de uma reunião de 40 minutos com Samaras, a Syriza definiu suas visões como diametralmente opostas aos do ND, e rejeitou a proposta de formação de um governo de coalizão. Fica agora a cargo de Alexis Tsipras, líder da Syriza, a tarefa de tentar formar um governo, a partir de terça-feira (8).
Para o jornal britânico The Guardian, as populações da França e Grécia deixaram claro, nas urnas, que consideram as elites europeias as responsáveis pela instabilidade econômica do continente. Segundo o Guardian, Tsipras definiu os resultados de domingo como uma derrota “humilhante” das políticas de austeridade.
“Um revolução pacífica começou”, disse Alexis Tsipras, o grande vencedor da eleição, líder do Syriza, uma coalizão da esquerda radical que conquistou 16,6% dos votos, ficando em segundo lugar. “Angela Merkel precisa saber que as políticas de austeridade sofreram uma derrota humilhante”.
Mesmo Samaras, que defende a permanência do país na zona do euro, concorda que os termos de tal permanência devem mudar. Para o Guardian, Bruxelas, Berlim e o FMI discordam. Segundo o jornal, analistas do Citigroup estimam que as chances de a Grécia deixar a zona do euro nos próximos dezoito meses são de 75%.
O mercado financeiro reagiu mal às eleições de domingo – a bolsa de valores grega abriu em queda de 7,7% nesta segunda-feira. De acordo com a Folha de S.Paulo, caso não tenha um governo estruturado, a Grécia não poderá negociar as próximas parcelas da ajuda financeira com o FMI, o que levaria o país a uma crise de liquidez até o final de junho.
“Se não houver governo para negociar a próxima parcela com a troika (grupo formado pela UE, FMI e Banco Central Europeu) e se o Estado não conseguir o fluxo de caixa mensal projetado, então nós poderemos ter um problema de liquidez do final de junho em diante”, disse uma das autoridades.
Foto: apoiadora da Syriza ergue uma placa onde se lê “desobediência”. A Syriza saiu das eleições como a principal força de esquerda na Grécia. AP
Rafael Ciscati

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