Postagem 02/dez/2015...
Celso Amorim e as acusações a Lula: “de onde vem o dinheiro do Clinton?”
O ex-ministro das Relações Exteriores do Governo Lula, embaixador Celso Amorim – como faz falta…alguém sabe o nome de nosso atual chanceler? – dá hoje uma excelente entrevista à edição brasileira da BBC, em Londres.
À parte a natural diplomacia de não fazer críticas diretas à forma de condução da política externa brasileira, Amorim dá um testemunho sem covardia sobre a atuação de Lula na promoção dos interesses do Brasil no exterior.
Com duas frases desmonta todas as armações que procuram fazer com as famosas palestras pagas por grupos privados:”alguém pergunta de onde vem o dinheiro da Fundação Clinton (do ex-presidente americano Bill Clinton)? Obviamente não vem dos pobres do Harlem (bairro de Nova York).
Separei duas perguntas e respostas. A entrevista, na íntegra, está aqui.
Celso Amorim deveria ensinar a muita gente, no Governo, a ser diplomata sem tirar os sapatos.
BBC Brasil: O que o sr. considera das suspeitas sobre tráfico de influência envolvendo o ex-presidente Lula.
Amorim: Acho ridículo. Primeiro, porque o presidente Lula – e eu testemunhei inúmeros encontros dele –, nunca o vi favorecer uma empresa em detrimento de outra empresa brasileira.
Ele favoreceu as empresas brasileiras como qualquer governante europeu e o presidente dos Estados Unidos favorecem suas empresas, em geral. Dentro daquilo que é feito legalmente. Nunca vi nenhuma alusão a qualquer tipo de ação que não fosse correta.
O fato de ele, depois de ser presidente, apoiar esta ou aquela empresa, ser contratado para dar palestra, também é uma coisa normal. Alguém pergunta de onde vem o dinheiro da Fundação Clinton (do ex-presidente americano Bill Clinton)? Obviamente não vem dos pobres do Harlem (bairro de Nova York).
BBC Brasil: O sr. acha que há um esforço para associar o ex-presidente Lula a qualquer crime?
Amorim: O problema é o seguinte, e isso não é para justificar ou deixar de punir as ações que sejam de corrupção. Mas evidentemente que esses assuntos ganham muito mais destaque na mídia, nas elites, quando se trata de governos que procuraram diminuir a desigualdade e aumentar a autonomia do Brasil.
Você vê na história do Brasil em vários momentos, você tem o período (Getúlio) Vargas, as questões aumentam enormemente.
Eu não estou dizendo que essa é uma justificativa. Devem ser perseguidas, devem ser continuadas as ações, e as pessoas que cometeram ilícitos e crimes devem ser punidas.
Agora, o uso político que é feito de eventuais desvios de comportamento e atos ilícitos é muito maior quando se trata de governos que têm essas duas características.
Original disponível em: (http://tijolaco.com.br/blog/31714-2/).
Acesso em 02/dez/2015.
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