Acessos

domingo, 10 de agosto de 2014

Função paterna. A relação pai-filha e os caminhos da feminilidade (Carmem Cerqueira Cesar)

10/ag/2014...


FUNÇÃO PATERNA
A relação pai-filha e os caminhos da feminilidade

Nos primeiros tempos de vida de uma criança seu primeiro objeto de amor é a mãe. Com ela a criança estabelece uma relação quase fusional, porém necessária para a sua constituição. A mãe investe seu bebê amorosamente, transmitindo-lhe as primeiras marcas em seu psiquismo, pela fala, pelo toque, fundando o narcisismo primário. Nesse momento, a criança parece ser tudo para a mãe, ela a completa imaginariamente, como se ali não houvesse falta. Ela supõe ser o objeto que satisfaz o desejo do outro (a mãe).

Mas, com o tempo, esta ilusão de completude deve acabar - para o bem de todos. Para que isto ocorra, o pai deve entrar nesta relação e funcionar como um terceiro, promovendo uma primeira separação entre a mãe e a criança. Ele as frustra e priva, ao estabelecer limites, para que a criança não fique cativa dessa relação primitiva (que se continuar se tornará mortífera) presa à onipotência do desejo materno.

Isto é o que chamamos em Psicanálise de função paterna. Ela constitui o eixo fundamental na estruturação psíquica do sujeito. É uma função simbólica, sustentada pelo pai encarnado. É o que Freud chamou de castração, a Lei que interdita o incesto e que possibilita a entrada dos sujeitos na linguagem e na cultura.

Mas a mãe precisa autorizar este pai e sua palavra, precisa mostrar para a criança que ela (mãe) deseja outra coisa que não só a filha - ela deseja o pai e reconhece sua Lei como aquela que media o seu próprio desejo. A filha, ao perceber o olhar da mãe direcionado para o pai, vai nessa direção, em busca dele, de seu amor ou do que ele supostamente tem. Nesse momento, ela consegue se separar da mãe, rivalizando com ela, para mais tarde se identificar com ela (são duros os caminhos de uma mulher para se tornar mulher!!!)

O acesso da menina ao pai será facilitado ou não pela mãe, dependendo de suas condições psíquicas. Se a mãe não facilitar, não puder se “desgrudar” da filha e a função paterna não operar, ou operar de maneira falha, a menina apresentará dificuldades em seu desenvolvimento psico-sexual - dificuldades de acesso à feminilidade e de se tomar adulta.

Quanto mais próximo um pai estiver da filha mais ela poderá desfrutar de seu amor o que a despertará para o amor de outros homens, uma vez que este homem não é permitido. Assim o pai abre para a filha um campo de possibilidades.

A função paterna tendo interditado o incesto, pela castração lhe mostrou a falta, fez a separação necessária (entre ela e a mãe) e abriu-lhe os caminhos de seu Desejo.

O pai pode não operar suficientemente bem se for neutralizado, desqualificado, desautorizado pela fala materna, uma mãe que é a própria encarnação da Lei e que imaginariamente parece não estar a ela submetida. Este pai é o pai que pode estar presente fisicamente, mas ausente da função. Por outro lado, um pai mesmo ausente fisicamente ou morto, pode operar, se a mãe falar dele, falar dele com amor e com respeito. Ele estará cumprindo seu papel.

Tendo passado pelo Complexo de Édipo a mulher vai se identificar com traços dos dois genitores e fará sua identificação sexual. É quando ela tem acesso à feminilidade e pode se posicionar em relação ao próprio desejo. Nesse momento abre-se para ela um campo de possibilidades e condições favoráveis para o amor e a maternidade.

Foto: FUNÇÃO PATERNA
A relação pai-filha e os caminhos da feminilidade

Nos primeiros tempos de vida de uma criança seu primeiro objeto de amor é a mãe. Com ela a criança estabelece uma relação quase fusional, porém necessária para a sua constituição. A mãe investe seu bebê amorosamente, transmitindo-lhe as primeiras marcas em seu psiquismo, pela fala, pelo toque, fundando o narcisismo primário. Nesse momento, a criança parece ser tudo para a mãe, ela a completa imaginariamente, como se ali não houvesse falta. Ela supõe ser o objeto que satisfaz o desejo do outro (a mãe).

Mas, com o tempo, esta ilusão de completude deve acabar - para o bem de todos. Para que isto ocorra, o pai deve entrar nesta relação e funcionar como um terceiro, promovendo uma primeira separação entre a mãe e a criança. Ele as frustra e priva, ao estabelecer limites, para que a criança não fique cativa dessa relação primitiva (que se continuar se tornará mortífera) presa à onipotência do desejo materno.

Isto é o que chamamos em Psicanálise de função paterna. Ela constitui o eixo fundamental na estruturação psíquica do sujeito. É uma função simbólica, sustentada pelo pai encarnado. É o que Freud chamou de castração, a Lei que interdita o incesto e que possibilita a entrada dos sujeitos na linguagem e na cultura.

Mas a mãe precisa autorizar este pai e sua palavra, precisa mostrar para a criança que ela (mãe) deseja outra coisa que não só a filha - ela deseja o pai e reconhece sua Lei como aquela que media o seu próprio desejo. A filha, ao perceber o olhar da mãe direcionado para o pai, vai nessa direção, em busca dele, de seu amor ou do que ele supostamente tem. Nesse momento, ela consegue se separar da mãe, rivalizando com ela, para mais tarde se identificar com ela (são duros os caminhos de uma mulher para se tornar mulher!!!)

O acesso da menina ao pai será facilitado ou não pela mãe, dependendo de suas condições psíquicas. Se a mãe não facilitar, não puder se “desgrudar” da filha e a função paterna não operar, ou operar de maneira falha, a menina apresentará dificuldades em seu desenvolvimento psico-sexual - dificuldades de acesso à feminilidade e de se tomar adulta.

Quanto mais próximo um pai estiver da filha mais ela poderá desfrutar de seu amor o que a despertará para o amor de outros homens, uma vez que este homem não é permitido. Assim o pai abre para a filha um campo de possibilidades.

A função paterna tendo interditado o incesto, pela castração lhe mostrou a falta, fez a separação necessária (entre ela e a mãe) e abriu-lhe os caminhos de seu Desejo.

O pai pode não operar suficientemente bem se for neutralizado, desqualificado, desautorizado pela fala materna, uma mãe que é a própria encarnação da Lei e que imaginariamente parece não estar a ela submetida. Este pai é o pai que pode estar presente fisicamente, mas ausente da função. Por outro lado, um pai mesmo ausente fisicamente ou morto, pode operar, se a mãe falar dele, falar dele com amor e com respeito. Ele estará cumprindo seu papel.

Tendo passado pelo Complexo de Édipo a mulher vai se identificar com traços dos dois genitores e fará sua identificação sexual. É quando ela tem acesso à feminilidade e pode se posicionar em relação ao próprio desejo. Nesse momento abre-se para ela um campo de possibilidades e condições favoráveis para o amor e a maternidade.

Disponível em: (https://www.facebook.com/www.carmencerqueiracesar.com.br?fref=nf&ft%5btn%5d=kC&ft%5bqid%5d=6043742469959435534&ft%5bmf_story_key%5d=6198514650057730643&ft%5bei%5d=6043742470462012789.6017359579004.16&ft%5bfbfeed_location%5d=1&ft%5binsertion_position%5d=31&__md__=0). Acesso em: 10/ag/2014.

Nenhum comentário: