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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Governo colombiano e Farc encerram primeira semana de diálogos...

Governo colombiano e Farc encerram primeira semana de diálogos - Portal Vermelho

26 DE NOVEMBRO DE 2012 - 7H24 

Governo colombiano e Farc encerram primeira semana de diálogos



O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo (Farc - EP) completaram neste domingo (25) em Cuba sua primeira semana de conversações de paz, processo marcado pelo hermetismo e a aparente inexistência de tensões entre as partes.


As delegações que representam o governo de Juan Manuel Santos e a guerrilha instalaram na segunda-feira da semana passada no Palácio das Convenções de Havana uma mesa de diálogo com uma agenda de cinco pontos, aos quais se soma um mecanismo de implementação e verificação em caso de que cheguem a estabelecer acordos.

Em sintonia com os entendimentos feitos nos encontros exploratórios e preparatórios, também realizados em Havana, as primeiras jornadas de conversações foram centradas no tema do desenvolvimento agrário integral.

Tanto a equipe do governo, encabeçado pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle, como a das Farc-EP, com o comandante Ivan Marquez à frente, coincidem em dar a essa questão a máxima prioridade para fazer avançar o processo no sentido de pôr fim a um sangrento conflito armado, em que a população é a mais afetada.

As partes têm mantido total reserva sobre as conversações, cumprindo o que tinham acertado previamente: "As discussões da Mesa não se tornarão públicas", segundo estabelece uma das regras fixadas no Acordo General para pôr fim ao conflito, documento que rege o diálogo de paz.

Dia após dia, os jornalistas reunidos no Palácio das Convenções à espera da chegada das delegações à sede permanente da Mesa, presenciaram o mesmo cenário, o silêncio dos representantes governamentais e as breves intervenções da guerrilha, com anúncios, denúncias e comentários.

As únicas avaliações conhecidas até o momento da marcha das conversações chegaram do lado dos insurgentes, que descartaram a existência de tensões na mesa e consideraram que seu funcionamento está "em bom caminho e segue com um bom ritmo”.

Contudo, o pronunciamento das Farc - EP de maior impacto foi feito durante a instalação do diálogo, quando Marquez anunciou um cessar-fogo unilateral das ações ofensivas da organização, vigente a partir de 20 de novembro até 20 de janeiro de 2013.

O governo de Santos não tomou semelhante decisão por considerar que tal passo seria o resultado final, caso as conversações alcancem êxito.

Desde então, altos funcionários e militares colombianos acusaram a guerrilha de descumprir seu anúncio, enquanto as Farc - EP denunciam os comandos militares por realizar manobras voltadas para o objetivo de confundir a opinião pública e pôr a insurgência como violadora de seu cessar-fogo unilateral.

Outras intervenções das Farc - EP durante a primeira semana de conversações foram no sentido de solicitar ao presidente norte-americano, Barack Obama, o indulto para o guerrilheiro Simon Trinidad, que foi extraditado aos Estados Unidos, onde em 2008 foi condenado a 60 anos de prisão.

Trinidad faz parte da equipe para o diálogo de paz e sua presença no processo se materializa cartazes apresentados por seus companheiros.

De acordo como o programa, as partes devem n trabalhar três dias seguidos na mesa, após o que fazem um intervalo de 24 horas, uma oportunidade para realizar avaliações e traçar estratégias internas.

Participação cidadã
Ambas as partes estabeleceram neste domingo um mecanismo para receber em janeiro opiniões e propostas dos cidadãos da Colômbia sobre o diálogo de paz.

Em um comunicado conjunto, o primeiro desde o início da mesa de conversações, as partes informam sobre a realização de 17 a 19 de dezembro em Bogotá de um foro sobre o desenvolvimento agrário integral que servirá de espaço para a participação cidadã no processo.

Segundo o documento, a mesa de conversações para buscar o fim do conflito armado que já dura décadas solicitou às Nações Unidas na Colômbia e ao Centro de Pensamento e Acompanhamento do Diálogo de Paz da Universidade Nacional que organizem e atuem como relatores dos debates do encontro.

Foi fixada a data de 8 de janeiro de 2013 para a entrega das conclusões do foro às delegações que participam em uma aproximação que tem como primeiro ponto de sua agenda precisamente o tema da terra e do desenvolvimento agrário integral.

Fontes próximas à equipe do governo explicaram à Prensa Latina que o intervalo de tempo entre o evento e a entrega da informação à mesa corresponde à necessidade de que acadêmicos e especialistas processem os elementos aportados pelos diferentes atores da sociedade.

Por sua parte, fontes das Farc - EP consideraram o foro sobre o desenvolvimento agrário integral uma importante oportunidade para a participação dos estudantes, camponeses, indígenas, igrejas e sindicatos, entre outros setores, na busca da paz.

O governo e a guerrilha coincidem na utilidade dos resultados do encontro em Bogotá, para o tratamento do tema da terra nas conversações.

Mediante o documento conjunto, as partes adiantaram também a ativação nos próximos dias de uma página da Mesa de conversações na Internet.

Fonte: www.zereinaldo.blog.br 

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