AMÉRICA DO SUL
21/07/2012 - 11h05 | Fillipe Mauro | Redação
Após reunião fechada em Washington, OEA se pronuncia contra a suspensão do Paraguai
Unasul e Mercosul mantêm suspensão do país e já enviaram seus oficiais a Assunção
O Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) se pronunciou nesta sexta-feira (20/07) contra a suspensão do Paraguai e a favor de que o secretário-geral do organismo, José Miguel Insulza, prepare o envio de uma missão de apoio ao país.
O Conselho Permanente do organismo realizou em Washington uma reunião a
portas fechadas, improvisada e de caráter informal. Segundo uma fonte
diplomática, tratou-se de "uma espécie de consulta da posição dos países
membros da OEA a respeito da suspensão ou não do Paraguai".
"Posso dizer que houve unanimidade no respaldo a uma missão de apoio ao
processo democrático, o que será organizado pelo secretário-geral nos
próximos dias. Posso dizer que a possibilidade de suspender o Paraguai
foi descartada”, alegou.
A fonte também enfatizou que "a maior parte dos países se pronunciou
pela não suspensão do Paraguai", uma medida que havia sido requisitada
por vários Estados-membros do organismo interamericano.
A reunião também teria deixado claro "um consenso geral para que a OEA
cumpra o seu papel fundamental na América Latina de fortalecer os
sistemas democráticos perante o grande desafio de apoiar o Paraguai
neste momento".
Nesse sentido, citou como exemplo os iminentes desafios o cumprimento
do calendário eleitoral no Paraguai para o pleito geral de 21 de abril
de 2013, ao qual a OEA enviará observadores.
Fernando Lugo foi destituído da Presidência do Paraguai em 22 de junho
após um "julgamento político" no Congresso e foi sucedido por seu
vice-presidente, Federico Franco, que promete governar até 15 de agosto
de 2013.
O presidente cassado, Fernando Lugo, que prevê concorrer às eleições de
2013, "goza de garantias de liberdade e está fazendo campanha". Por
essa razão, a OEA argumenta que, no Paraguai, "rege a normalidade
total".
O Paraguai "vive em paz, em liberdade, e todas as instituições
funcionam normalmente. Isso é uma grande demonstração de que um país
pode superar uma crise e seguir transitando pelo caminho da democracia",
avaliou o diplomata.
Contraponto
Por sua vez, a Unasul (União das Nações Sul-Americanas), não segue essa
mesma linha de raciocínio. Enquanto a OEA se reunia em Washington,
representantes do Parlasul (Parlamento sul americano) e do Mercosul
desembarcavam no Paraguai para uma série de encontros do novo cenário
político.
A delegação se encontrará com o presidente da Corte Suprema de Justiça
do país, Don Victor Nuñez e, em seguida, se reunirá tanto com o
presidente do Congresso, Don Jorge Oviedo Matto, quanto com o novo
executivo, Federico Franco. Também foi reservado espaço na agenda do
grupo para ouvir organizações e associações civis.
Franco assegurou no mesmo dia que em 15 de agosto de 2013 entregará o
governo ao líder que for eleito. Seu governo foi rejeitado por diversos
países da região, que consideram a cassação de Lugo um atentado à
democracia.
Por essa razão, o Paraguai ficará suspenso da Unasul e do Mercosul
enquanto "não for restabelecida a ordem democrática". Segundo seus
opositores, Lugo foi destituído por conta do "mau desempenho" de sua
gestão após 17 pessoas terem morrido em uma violenta retirada de
camponeses sem-terra de um sítio no sudeste do país.
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