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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A Nação é Maior que o Governante, o Caso da Venezuela

A Nação é Maior que o Governante, o Caso da Venezuela

10.dez.2009/José Pizetta

O debate político internacional latino americano, nestes dias em que o Senado do Brasil debate o Projeto de Decreto Legislativo n. 430, de 2008, questão da “entrada da Venezuela no Mercosul”, invade nossos ouvidos, nossos olhos e nossos sentimentos políticos.

Nesta quadra não me sinto confortável em manifestar a opinião simplesmente em âmbito doméstico, e utilizo este veículo para tornar público meu ponto de vista.
O Projeto foi analisado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado, com rejeição do Relatório do Senador Tasso Jereissati e aprovação de Relatório Substitutivo, do Senador Romero Jucá, e, ontem vazaram os debates em plenário, como preliminares para o “grande final”, a votação.


A Câmara dos Deputados já havia votado a matéria quando aprovou a “entrada” Venezuelana...


Os debates no Senado estão acalorados pela posição contrária do Relator da matéria na Comissão, Senador Tasso Jereissati (Relatório rejeitado) e pelas manifestações de apoio ao Relator e, consequentemente, contrárias ao ingresso da Venezuela.


Ontem à tarde vários ilustres Senadores manifestaram-se, os integrantes da oposição ao Governo Lula contra a aprovação, e os situacionistas favoráveis, com algumas posições divergentes, mesmo entre os da Situação.


Porém, entre os Senadores mais marcadamente independentes, os Senadores Pedro Simon, Eduardo Suplicy e Cristóvão Buarque destacam-se com posições claramente democráticas e integracionistas.


Importante destacar que as manifestações contrárias à integração com a Venezuela, na verdade não são posições contrárias à Venezuela como Nação, porém, posições contrárias ao atual Governo Venezuelano e especialmente ao Presidente Hugo Chaves, por seus atos, seus pronunciamentos, seus rompantes verbais.


Este é o ponto!


De outro lado, este é o grande momento, o momento histórico, o momento de tomada de uma decisão histórica. E, são nos grandes momentos, nos momentos importantes, nos momentos históricos, que são conhecidos os grandes homens, os grandes democratas, os grandes estadistas, que conseguem passar ao largo das pequenas intrigas e dos excessos verbais de um governante passageiro e olhar para muito longe à frente, no sentido da paz, da integração, da democracia das nações, dos continentes e do mundo globalizado que temos e que continuará cada vez mais.


As Nações são Maiores que os Governos e os Governantes!


Precisamos ter presente que os Governos e os Governantes passarão, porém, as Nações não passarão!


As oportunidades não podem ser perdidas, pois, nunca se sabe se haverá nova chance, nem se sabe quais serão as conseqüências, considerando a importância da decisão.


A história da humanidade está recheada de exemplos de Governos e Governantes Ditadores, com rompantes ditatoriais, que chefiaram governos violentos e desrespeitaram direitos e vidas, que praticaram e/ou forçaram intervenções armadas, invasões, guerras, revoluções, perseguições étnicas, religiosas, políticas, e que, apesar disso passaram, enquanto que as Nações prosseguem, neste Continente e no Mundo interiro sobram exemplos.


Dito isso, sem entrar no mérito dos atos e fatos praticados pelo atual Governante da Venezuela, que não é este o objetivo deste trabalho, o Governante passará, porém, a Nação Venezuelana permanecerá.


E a Nação Brasileira não pode apequenar-se, votar contra a entrada da Venezuela no Mercosul e ficar na contramão da história, ao contrário, deve seguir sua tradição diplomática e democrática e admitir a Nação Venezuelana, para consolidação da integração regional, da união democrática do Continente e do Mundo!


A Nação é maior que o Governante!

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