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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Audiência de conciliação dita diferente, reconciliação, encontros, reencontros (José Pizetta)

10.Junho.2009


Audiência de conciliação dita diferente, reconciliação, encontros, reencontros
José Pizetta[1]

Encontros e reencontros



Nossa vida é cheia de encontros, reencontros, e também de desencontros, de tal forma que, muitas vezes não conseguimos entender, racionalmente pensando, como as coisas aconteceram, como foi que os fatos aconteceram para que nos encontrássemos em determinado lugar em determinado tempo, em determinadas circunstâncias, em determinadas cenas da vida...

O fato é que esses acontecimentos, esses encontros, reencontros ou até desencontros, entendimentos, desentendimentos, geraram relações das mais diversas, pessoais, comerciais, trabalhistas, de consumo, de amizade, de família, de amor, de afeto, de namoro, matrimoniais, parentais, maternais, paternais, entre outras, incluindo as relações jurídicas...



Fazendo reflexão sobre isso, pensando e repensando, foi alguma energia, alguma intuição, alguma vibração, alguma providência divina, algo místico, algo indizível, alguma coisa que não sabemos bem o que foi, porém, sabemos que foi alguma força, alguma energia, que nos colocou na cena dos fatos...

Audiência de conciliação e/ou reconciliação

Depois dos tempos da Justiça privada, coube aos Romanos a organização das chamadas ações, que hoje chamamos de ações judiciais... Porém, o nome “ação”, atribuído pelos Romanos se deve, talvez, ao fato de que eram todos guerreiros, homens de ação, e por isso pensaram assim as ações judiciais, representando, simbolicamente, as partes das ações como guerreiros em luta um contra o outro.

Aliás, até mesmo nos Tribunais da atualidade ainda se utiliza essa figura de linguagem, nas alegações, memoriais, decisões, quando se diz que o Autor “guerreia” com o Requerido...



A cultura da conciliação e/ou da reconciliação, assim se pode dizer, é uma novidade no mundo das ações judiciais, pensamos que, como respingos dos movimentos sociais e pacifistas após 1968, dos ideais de paz e amor, de pacificação, de convivência pacífica e harmoniosa, de respeitar as opiniões diferentes, conviver com as diferenças, aceitar ao outro...

Pois bem, o fato é que esse caldo de cultura da paz chegou ao Judiciário... Que bom que chegou!

Audiência de conciliação dita diferente

Por isso, o Judiciário também passou a ser um lugar de busca de pacificação social, de pacificação familiar, de conciliação, de reconciliação, de encontros e reencontros... É um lugar de conciliação ou de reconciliação, em que comparecemos com o espírito e a alma preparados para um encontro ou reencontro agradável e de alto nível.



O Judiciário, especialmente o Judiciário Cível e de Família, passou a ser um lugar de conciliação, não mais lugar de “ação”, de violentos embates e de ásperas discussões... Por isso que todos os integrantes da cena da audiência de conciliação são tratados e convidados a tratar aos outros com respeito, elegância, cordialidade, em alto nível...



Na audiência de conciliação ninguém é obrigado a fazer acordo, nem a renunciar ao direito ou ao ponto de vista, porém, cabe a todos e a cada um conviver com o direito do outro, com a opinião contrária, com as diferenças de entendimento ou de pontos de vista.

Dito isso, convido Você para que quando, eventualmente, por qualquer motivo, tenha que integrar a cena de uma audiência de conciliação, ao fazê-lo, faça, também, um esforço para torná-la um acontecimento agradável, de lato nível, de alto astral! Afinal, uma audiência de conciliação nada mais é do que um novo encontro, um reencontro!


[1] Advogado, prof. de direito, mediador e conciliador, em Florianópolis; pizettajose@hotmail.com, 48-3207-0401.

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