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sexta-feira, 4 de maio de 2018

Especialistas explicam o que pode ter levado enfermeira a cometer crimes (Do DCM)

Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 04/mai/2018...

Especialistas explicam o que pode ter levado enfermeira a cometer crimes

Postado em 4 de maio de 2018 às 2:17 pm
Do O Globo:
Três cateteres rompidos em duas semanas ligaram o sinal de alerta no Hospital Real D’Or, em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio. A direção da unidade decidiu abrir uma sindicância no fim de janeiro para apurar os casos, e descobriu que uma enfermeira estaria tentando matar recém-nascidos na Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) Neonatal.
(...)

Para Erick Petry, médico psiquiatra da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, o caso da enfermeira Simone dos Anjos pode ser de Síndrome de Münchhausen por procuração:
— Quando vemos um crime deste tipo, em tese podemos pensar em duas opções: em primeiro lugar, penso numa Síndrome de Münchhausen por procuração. Acontece com mães, mas também é comum em profissionais de saúde, normalmente mulheres. As mães produzem ou simulam nos filhos sintomas de doenças para chamar a atenção para elas mesmas. Nos profissionais de saúde, pode acontecer também, sobretudo com enfermeiras. Houve casos de enfermeiras que assassinaram bebês e crianças… Teoricamente, é isso: ela queria produzir um sintoma grave ou quase morte numa criança, já que ela é a pessoa que vai cuidar. Aí ela estreitaria esse laço de cuidadora. Na segunda hipótese, seria caso de perversidade: uma psicopata, serial killer, que teria o sadismo de matar crianças — diz ele.
Para a psicóloga Laura França, do Grupo Prontobaby, a enfermeira parece ter um perfil sociopata.
— Sociopatas atuam sutilmente e, ao não serem notados, vão ousando cada vez mais, como uma forma de mostrar seu poder ao não serem pegos. A cada atitude, eles são mais ousados, com a possibilidade de chegarem a atos fatais. A sociopatia é uma condição limítrofe entre a loucura e a razão. Não é um louco, mas alguém que sabe de suas atitudes e, por ser egocentrado, só pensa em fazer o que lhe convém e dá prazer — avalia.
(…)
Em dez anos de carreira, Simone Anjos dos Santos trabalhou em pelo menos três hospitais antes de chegar ao Real D’Or. Dois são da rede municipal, na Zona Oeste do Rio: o Albert Schweitzer, em Realengo, e o Pedro II, de Santa Cruz. Um é particular: o Neovida, de Duque de Caxias.
Ela também fez trabalhos voluntários. Há indícios de que um deles tenha sido no Hemorio, o centro de excelência em hematologia e hemoterapia do governo do estado. Em seu perfil no Facebook, desativado ontem à noite, Simone dizia que trabalhou no local. Mas nem a Secretaria estadual de Saúde nem funcionários confirmam que ela atuou ali.
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