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AberturaMundoJuridico 02/jan/2017...
O ano em que terminará o sonho de Temer?
2017 começa com sinais, por toda a parte, de que o “andar de cima” –
para usar a expressão de Elio Gaspari – já colocou os sonhos de Temer na
conta dos improváveis.
O próprio Elio diz, na sua coluna
que, “o governo encastelou-se na moderna astrologia dos marqueteiros” e
seu chefe, Temer “roda o país prometendo fantasias encantadoras
embebidas de “pensamento positivo”.
Míriam Leitão, uma das mais ativas remexedoras do caldeirão de
“retomada” que se previa para assim que Dilma fosse derrubada e que o
governo parasse de atrapalhar as obras saneadoras da contração econômica
com que Joaquim Levy e suas mãos de tesoura já vinham arruinando o
país, também não demonstra otimismo e abre sua primeira coluna do ano
dizendo que “entramos no ano sem saber se o presidente será o mesmo ao
fim destes 12 meses”.
Por toda a parte, o ceticismo no mundo conservador com “o homem que
ia unir o país” se espalha e ficará pior quando saírem os números de um
dezembro de cara feia e um início de janeiro que é de sufoco, sempre,
para classe média.
Em favor de Temer, lê-se apenas o estoico homem da pinguela, Fernando
Henrique Cardoso, metido até o pescoço na aventura “golpismo 2.0″ de
herdar para os tucanos os frangalhos do governo temerista, que termina
outro de seus enxundiosos artigos dizendo que ” temos um governo que
tenta pôr a casa em ordem.”
O que é tragicômico quando se fala de uma administração que vive
parafraseando o “avesso do avesso” de Caetano Veloso, com seus “recuos
do recuos”.
O que Temer tem, e por enquanto, é uma avassaladora máquina de moer a
Constituição, formada por um Congresso acanalhado até a medula e
carente de legitimidade até para dar título de cidadão honorário.Ou será
que você, leitor, gostaria de posar ao lado de alguns de seus líderes
exibindo, ao sorrisos, o diploma da honraria.
Como dizia o falecido Bussunda, “fala sério” que você ia “pagar este
mico” diante de seus amigos e conhecidos nas redes sociais.
Às vezes, para analisar as coisas estrambóticas que acontecem neste
país, que joga fora a democracia e o progresso que, afinal, tinham “dado
as caras” depois de décadas e vibra com a ruína das empresas, a
devastação do emprego e a ingovernabilidade que os rapazes de Curitiba,
na sua brincadeira de “xerife e bandido” nos deram, a gente tem de
descer a certa infantilidade.
Como faz, hoje, o sempre lúcido Luís Fernando Veríssimo, em seu artigo “Criancices” : “o poder dá a quem o tem a sensação de que pode realizar tudo, inclusive fantasias infantis”.
2017 será o ano em que começaremos a decidir como e com quem iremos
começar a arrumar a bagunça e os cacos que nos deixaram de 2016.
Original disponível em: (http://www.tijolaco.com.br/blog/o-ano-em-que-terminara-o-sonho-de-temer/). Acesso em 02/jan/2017.
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