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AberturaMundoJuridico 21/jan/2017...
Lava Jato pode acabar para Temer, Serra, Aécio, Alckmin e caterva
Posted by eduguim on 20/01/17 •
Continuam surgindo indícios
de que a morte de Teori Zavascki pode não ter sido apenas um acidente.
Nas primeiras horas da manhã de sexta-feira (20), espalhou-se a notícia
de que o site contendo a base de dados do avião em que o ex-ministro do
STF morreu foi acessado 1.885 vezes no dia 3 de janeiro último, duas
semanas antes do desastre.
Apesar
dos indícios e do imenso número de interessados na paralisação das
investigações da Lava Jato contra políticos com foro privilegiado, há
sempre uma turma para a qual tudo é teoria da conspiração – o golpe
parlamentar contra Dilma que este blog enxergava como plenamente
possível anos e anos antes de ocorrer era visto como “exagero” pelos
mesmos que, agora, acham que a morte de Teori foi uma infeliz
coincidência.
Claro que pode ser coincidência, mas, assim mesmo, entidades da
magistratura como a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do
Trabalho (Anamatra) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe)
divulgaram nota
na tarde de quinta-feira, 19, lamentando a morte do ministro do Supremo
Tribunal Federal Teori Zavascki e cobrando que as causas do acidente
que vitimou o magistrado sejam esclarecidas “com a maior rapidez e
transparência possível.”
Mais cedo, um dos principais investigadores da Operação Lava Jato, o delegado federal Marcio Adriano Anselmo
pediu a investigação “a fundo” da morte do ministro Teori Zavascki na
véspera da homologação da colaboração premiada da Odebrecht. “Esse
‘acidente’ deve ser investigado a fundo”, escreveu em sua página no
Facebook, destacando a palavra “acidente” entre aspas.
A desconfiança é tanta que o STF já busca soluções “mais
transparentes” para que outro ministro daquela Corte dê continuidade ao
trabalho de Teori na Lava Jato em vez de seguir a norma escrita de que
em caso de vacância do cargo de relator de um processo por morte do
titular, o sucessor dele seja o indicado pelo presidente da República.
O STF cogita sortear o processo da Lava Jato entre os diversos
ministros porque entregá-lo àquele que Temer indicar para substituir
Teori seria o mesmo que colocar o presidente da República para
investigar a si mesmo.
Com efeito, a ausência de Teori no processo vai atrasá-lo muito.
Dependendo da ministra Carmem Lúcia, o atraso pode durar anos – o que,
se vier a acontecer, representará impunidade dos políticos com foro
privilegiado que estão sendo delatados pela Lava Jato.
Recentemente foi divulgado
pela Folha de São Paulo que, segundo a delação de funcionários da
Odebrecht, R$ 2 milhões em propinas foram repassados ao empresário
Adhemar Ribeiro, irmão da primeira-dama, Lu Alckmin.
A Odebrecht também apontou
à Lava Jato dois nomes como sendo os operadores de R$ 23 milhões em
propinas repassados pela empreiteira via caixa dois à campanha
presidencial de José Serra, hoje chanceler, na eleição de 2010.
Tudo isso sem falar que o nome do presidente Michel Temer aparece 43
vezes no documento do acordo de delação premiada de Cláudio Melo Filho,
ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht.
Produto de acidente ou de sabotagem, o fato é que a morte de Teori
Zavascki foi um presente do céu para esses e muitos outros políticos que
iriam soçobrar a partir das próximas semanas, quando o ex-ministro do
STF homologaria um lote gigante de delações de funcionários da Odebrecht
contra esses e outros políticos predominantemente dos partidos que
sustentam o governo Temer.
Os petistas estão nas mãos de Sergio Moro, pois não têm foro
privilegiado. O único petista graúdo que tinha direito de ser julgado
pelo STF foi sumariamente cassado pelo Senado, o ex-senador Delcídio do
Amaral. Lula e tantos outros petistas graúdos perseguidos pela Lava Jato
não seriam julgados por Teori.
Muito pelo contrário: Teori contrariou fortemente o antipetismo, como
fica claro, abaixo, nas imagens dos ataques que movimentos fascistas
como o MBL vinham fazendo ao ministro, tendo chegado a cercar a sua casa
em Porto Alegre e pendurado faixas com insultos em sua fachada, tudo
porque achavam que ele era “petista”
Se existe alguém insuspeito de tramar contra a vida de Teori certamente são os petistas.
Por outro lado, se não houver pressão da sociedade a Lava Jato não irá mais atrás dos políticos com foro privilegiado.
Se os processos forem redistribuído no STF podem cair com qualquer
ministro de qualquer uma das duas turmas porque os réus da Lava com foro
privilegiado têm direito de ser julgados pelo Pleno daquela Corte, mas
esses processos também podem ser entregue a quem Temer nomear para a
vaga de Teori.
Processos no STF envolvendo petistas e tucanos têm mania de cair na
mão de Gilmar Mendes, mas há muitas mãos naquela Corte que terão
dificuldades para tocá-los da mesma forma que o ministro morto.
Após a morte de Teori, nenhum ministro do Supremo terá a mesma
credibilidade e tampouco conseguirá dar andamento nas investigações até
que entenda tudo. Essa postergação permitirá que a poeira do impeachment
assente e dará uma desculpa à Lava Jato para parar tudo nos petistas
que já estão sendo processados, sobretudo Lula.
Em minha opinião, a morte de Teori representa o fim tácito da Lava
Jato, pois todos os petistas graúdos já foram indiciados. Os únicos
políticos que poderiam vir a ser indiciados eram – não são mais, a meu
ver – aqueles que têm foro privilegiado, a esmagadora maioria tucanos,
peemedebistas, Michel Temer à frente. A morte de Teori poderá deixá-los
impunes.
*
PS: pesquisa Paraná divulgada nesta sexta-feira dá conta de que 83% dos brasileiros acham suspeita a morte de Teori Zavascki
Original disponível em: (http://www.blogdacidadania.com.br/2017/01/lava-jato-pode-acabar-para-temer-serra-aecio-alckmin-e-caterva/). Acesso em 21/jan/2017.
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