França. Justiça ordenou teste de DNA em coletividade de escola para identificação de estuprador...
14/abr/2014...
14 de abril de 2014 • 11h59
França: Justiça ordena teste de DNA em escola após estupro
Operação iniciou hoje e contará com a coleta de 527 amostras de material genético
BBC BRASIL.com
Alunos e funcionários do sexo masculino foram 'convidados' a ceder material genético
Foto: AFP
Em uma decisão inédita, a Justiça francesa determinou a
realização de testes de DNA em todos os estudantes e funcionários do
sexo masculino de uma escola para tentar identificar o autor de um
estupro cometido contra uma aluna do estabelecimento de ensino.
A operação, iniciada nesta segunda-feira, representa uma
coleta massiva de material genético: no total, serão colhidas 527
amostras de material genético de pessoas presentes no dia da agressão, a
grande maioria menores de idade (475 alunos, 31 professores e 21
empregados da escola).
A decisão de coletar a saliva de tantas pessoas é
decorrente de uma investigação judicial iniciada em outubro passado,
após o estupro de uma adolescente de 16 anos no banheiro de uma escola
católica privada situada no centro de La Rochelle, no sudoeste da
França.
Ela foi atacada pelas costas e no escuro e, por esse
motivo, não é capaz de identificar seu agressor, afirma a promotora de
La Rochelle, Isabelle Pagenelle.
A perícia realizada nas roupas da vítima, no entanto, permitiu encontrar o DNA do estuprador.
Como até agora as investigações não haviam conduzido a uma pista
concreta, a Justiça francesa decidiu realizar a megaoperação de coleta
de DNA no liceu técnico de Fénelon-Notre-Dame, onde estudam 1,3 mil
alunos.
Ninguém é obrigado a colaborar com as investigações, mas
quem se recusar a fornecer o material genético, passará a ser
considerado suspeito, informou a Justiça do país.
Pista interna
Também é possível que o agressor seja alguém que não estude ou trabalhe
na escola, embora ela seja protegida por muros altos e possua uma única
entrada pública.
Mas a polícia acredita que o autor do estupro seja
alguém ligado à escola. "A agressão parece ter sido cometida por alguém
que conhece o local", afirmou Chantal Devaux, diretora do colégio, à
imprensa francesa.
"Nós tínhamos duas possibilidades: ou arquivar o caso ou
utilizar todos os meios possíveis para identificar o estuprador", diz a
promotora de La Rochelle.
"É um ambiente fechado e, por esse motivo, há maior
probabilidade de que o estupro tenha sido cometido por alguém interno",
afirma Pagenelle. "Trata-se também de evitar que isso se repita no
futuro", acrescenta a promotora.
A coleta de saliva será realizada até quarta-feira. Os resultados só deverão ser conhecidos em junho ou julho.
Até o momento, as investigações haviam sido realizadas
de maneira discreta para tentar obter pistas concretas e evitar espalhar
o pânico na escola, afirma a imprensa francesa.
Os pais de alunos e funcionários da escola só foram informados sobre os testes de DNA na última sexta-feira.
A escola também criou um "centro de apoio psicológico"
para os alunos, que ficará ativo o tempo que for necessário, segundo a
diretora do estabelecimento.
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