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segunda-feira, 17 de março de 2014

Usucapião. Ex-mulher recebeu imóvel do ex-marido. Posse exclusiva há mais de 20 anos. Procedência. Brasília. Lago Sul. TJDFT.

17/mar/2014...


Família ganha direito de propriedade de imóvel no Lago Sul por usucapião

por VS — publicado em 14/03/2014 13:55

A 2ª Turma Cível manteve a sentença de 1ª instância que julgou procedente a ação de usucapião de imóvel no Lago Sul em favor de mãe e duas filhas. A família residia no local há mais de 20 anos quando uma empresa reivindicou a propriedade para pagamento parcial de dívida de ex-marido.

Relatou a ex-mulher que reside no imóvel desde 5 de julho de 1991, quando recebeu as chaves da mão do ex-marido, passando a exercer a posse plena com animus domini e de forma pacífica, arcando com todos os ônus e bônus da propriedade. 

Contou que manteve com Carlos Alberto uma relação amorosa que se iniciou no ano de 1971 e terminou no ano de 1982, sendo frutos desta relação conjugal duas filhas. Disse que no ano de 1991, já transcorrido quase dez anos do rompimento do relacionamento, o ex comprou o imóvel objeto da inicial do qual nunca tomou posse e o entregou a autora para que ali morasse. Já tendo transcorrido o prazo de 22 anos em que exerce a posse do imóvel. 

A empresa Springer Carrier LTDA afirmou que é proprietária do bem imóvel que foi adquirido por meio da escritura de dação em pagamento de Carlos Alberto, em pagamento parcial de dívida. 

Segundo a empresa, no dia 24/03/2004 o alienante firmou declaração reconhecendo a transmissão da propriedade do imóvel e assumindo a obrigação de que esse seria desocupado no prazo de 30 dias, sendo que a ex-mulher, vencido o prazo, se recusou a deixar o imóvel. 

De acordo com o voto do relator designado “o Sr. Carlos Alberto reconhece que antes de efetuar a dação, não avisou a autora que assim procederia e que o depoente assinou a declaração sem falar com a autora. Ou seja, demonstra que, quando praticava atos típicos de proprietário, fazia-o sem o conhecimento da apelada, de modo que esta não era abalada em sua convicção de que exercia os direitos inerentes à propriedade e não tinha sua posse desqualificada. Valia-se do registro existente em seu nome (o qual, repita-se, contrariava sua intenção de não ser proprietário do imóvel) para realizar negócios na seara empresarial, sem molestar a posse qualificada da apelada. Por todos estes argumentos, entendo presentes os requisitos que autorizam o reconhecimento da usucapião extraordinária, mantendo a sentença neste ponto”.

A Turma reduziu os honorários advocatícios a serem pagos pela Springer, mas manteve a sentença da primeira instância.

Processo: 2012 01 1 051731-2 e 2012 01 1 181961-8

Disponível em: (http://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2014/marco/familia-ganha-direito-de-propriedade-de-imovel-no-lago-sul-por-usucapiao). Acesso em: 17/mar/2014.

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