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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Presidente do STJ usa prerrogativa para fazer lobbies para a cunhada (Walter Fanganiello Maierovitch)

22 de novembro de 2011

Presidente do STJ usa prerrogativa para fazer lobbies para a cunhada

Tags: - walterfm1 às 12:44
ministro Ari Prgendler
Ministro Ari Pargendler
O ministro Ari Pargendler preside o Superior Tribunal de Justiça (STJ). O STJ, entre os órgãos judiciários, está apenas abaixo do Supremo Tribunal Federal (STF).
No ano passado, Pargendler protagonizou, conforme divulgado pela imprensa, um episódio confuso e, pelo noticiado à época, a evidenciar comportamento ético reprovável.
Em razão desse episódio, Pargendler foi acusado de ofensa à honra de um estagiário da Corte. Diante de um terminal bancário instalado no átrio do Superior Tribunal de Justiça, o ministro-presidente teria tido uma crise aguda e pública de “juizite” ao notar o estagiário a usar o terminal e fazê-lo esperar na fila: “Sabe com quem está a falando?”. “Sou Ari Pargendler, presidente do STJ, e você está demitido, está fora daqui”.
Hoje, conforme matéria de primeira página do jornal Folha de S.Paulo, o ministro Pargendler, como presidente do STJ, está a fazer lobby em favor da sua cunhada e para pressionar a presidente Dilma Roussef a nomeá-la para o cargo de ministra do STJ.
A cunhada do gaúcho ministro Pargendler é a desembargadora federal Suzana Camargo. Ela é a terceira na lista tríplice enviada pelo STJ à presidente Dilma.
A polêmica Suzana Camargo está atrás dos desembargadores Néfi Cordeiro (da 4ª Região, com sede em Porto Alegre) e Assusete Magalhães (1ª Região, com sede em Brasília).
Importante observar que a lista tríplice é elaborada pelo STJ, presidido por Pargendler. E os ministros-pares de Pargendler colocaram a desembargadora Suzana Camargo em terceiro lugar. É lógico que a presidente Dilma poderá escolher um dos três da lista, mas, para o STJ, a desembargadora Suzana é a terceira em preferência. Como se percebe, Pargendler desrespeita até a vontade da Corte que preside.
O lobby de Pargendler representa afronta à dignidade do cargo de presidente do STJ. Sua intervenção é ilegítima e é eticamente reprovável. Frise-se: a predileção do STJ não é por Suzana Camargo, que, no STJ, foi a terceira mais votada, atrás de Néfi e Assusete.
A desembargadora Suzana Camargo ficou conhecida pelo envolvimento no caso Gilmar Mendes e Daniel Dantas.
Sobre esse episódio, os arquivos do supracitado jornal Folha de S. Paulo registram a seguinte e desabonadora passagem de Suzana Camargo: “Julho de 2008, De Sanctis (juiz Fausto De Sanctis) determinou duas vezes a prisão do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity. Após a segunda decisão, Suzana (desembargadora Suzana Camargo) conversou com o juiz. Em seguida, a desembargadora ligou para o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, e avisou que o gabinete dele estava sendo monitorado, segundo afirmou o próprio Mendes”.
Só para lembrar. Ficou provado que o gabinete de Mendes não fora monitorado e que o juiz De Sanctis jamais disse à desembargadora Suzana Camargo tal absurdo.
Pano Rápido. Vamos esperar que a presidenta Dilma seja bem informada pelos seus assessores e coloque o lobista Pargendler no devido lugar. Como o ministro da Justiça, segundo a revista CartaCapital, já esteve na Itália como deputado e a recomendar o banqueiro Daniel Dantas, a presidente Dilma deveria consultar, também, outras fontes informativas
–Wálter Fanganiello Maierovitch–

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