O advogado, o analista judiciário e a doutora
(01.11.11)
Por Timothy Nery,
bacharel em Economia e servidor público
Dia destes li aqui no Espaço Vital um artigo em que o autor comparava os “ganhos” de um pintor com os de um advogado. Após comentar, decidi compartilhar com os leitores outro caso real.
Tenho três pessoas do meu convívio que retratam fielmente uma situação mais comum do que se pensa e, a meu ver, injusta. Não vai aqui nenhuma intenção de agredir moralmente quaisquer profissionais que possam se enquadrar no relato. Faço apenas um convite à reflexão de como o Brasil se tornou, com o passar dos tempos, um país que incentiva, única e exclusivamente, seus cidadãos a se “formarem em Direito”.
Conheço - por ser pai de um amigo - um advogado que durante anos trabalhou em uma empresa estatal. Em determinado momento, decidiu deixar o seu emprego e passou a defender trabalhadores da empresa, em ações contra a mesma. Após alguns anos, as sentenças foram saindo, se acumulando, e hoje pode-se afirmar que o advogado em questão é, com certeza, um milionário.
Também tenho na minha roda de amigos um colega de trabalho. Ele é formado em área que nada tem a ver com o mundo jurídico. Mesmo assim, fez concurso para o cargo de analista judiciário – área administrativa. Atualmente, ele trabalha expedindo notificações em processos, bem como atendendo o público externo (informações no balcão). Recebe mensalmente, por seis horas de trabalho diário, um salário de R$ 8.000,00 líquidos.
Mas, semana passada, conversando com uma prima, é que tive absoluta certeza de que o Brasil está no caminho errado, sem sombra de dúvidas. Essa prima entrou na Universidade com 17 anos, no curso de Biologia. Com 21 anos estava iniciando os estudos no mestrado, em área de ponta no resto do mundo, onde o Brasil apenas engatinha.
Com 25 anos foi para o Rio de Janeiro fazer o doutorado. Atualmente, com 33 anos, ela cursa pós-doutorado, continua desenvolvendo pesquisas, é responsável por orientar alunos do mestrado, e recebe a quantia de R$ 3.000,00 mensais.
Buenas. É nítido por demais que os incentivos existentes no Brasil estão condenando nosso País a se eternizar como uma “república de bananas”. E, não atirem pedras nos pintores. Não são eles os culpados. Somos todos nós que estudamos e não conseguimos entender os reais motivos pelos quais não temos segurança, saúde, educação, e outras coisas mais.
Somos nós os responsáveis pela inversão de valores da qual somos reféns.
timothynery@yahoo.com.br
Do Portal Espaço Vital: (http://www.espacovital.com.br/noticia_ler.php?id=25853). Acesso em: 03/nov/2011.
(01.11.11)
Por Timothy Nery,
bacharel em Economia e servidor público
Dia destes li aqui no Espaço Vital um artigo em que o autor comparava os “ganhos” de um pintor com os de um advogado. Após comentar, decidi compartilhar com os leitores outro caso real.
Tenho três pessoas do meu convívio que retratam fielmente uma situação mais comum do que se pensa e, a meu ver, injusta. Não vai aqui nenhuma intenção de agredir moralmente quaisquer profissionais que possam se enquadrar no relato. Faço apenas um convite à reflexão de como o Brasil se tornou, com o passar dos tempos, um país que incentiva, única e exclusivamente, seus cidadãos a se “formarem em Direito”.
Conheço - por ser pai de um amigo - um advogado que durante anos trabalhou em uma empresa estatal. Em determinado momento, decidiu deixar o seu emprego e passou a defender trabalhadores da empresa, em ações contra a mesma. Após alguns anos, as sentenças foram saindo, se acumulando, e hoje pode-se afirmar que o advogado em questão é, com certeza, um milionário.
Também tenho na minha roda de amigos um colega de trabalho. Ele é formado em área que nada tem a ver com o mundo jurídico. Mesmo assim, fez concurso para o cargo de analista judiciário – área administrativa. Atualmente, ele trabalha expedindo notificações em processos, bem como atendendo o público externo (informações no balcão). Recebe mensalmente, por seis horas de trabalho diário, um salário de R$ 8.000,00 líquidos.
Mas, semana passada, conversando com uma prima, é que tive absoluta certeza de que o Brasil está no caminho errado, sem sombra de dúvidas. Essa prima entrou na Universidade com 17 anos, no curso de Biologia. Com 21 anos estava iniciando os estudos no mestrado, em área de ponta no resto do mundo, onde o Brasil apenas engatinha.
Com 25 anos foi para o Rio de Janeiro fazer o doutorado. Atualmente, com 33 anos, ela cursa pós-doutorado, continua desenvolvendo pesquisas, é responsável por orientar alunos do mestrado, e recebe a quantia de R$ 3.000,00 mensais.
Buenas. É nítido por demais que os incentivos existentes no Brasil estão condenando nosso País a se eternizar como uma “república de bananas”. E, não atirem pedras nos pintores. Não são eles os culpados. Somos todos nós que estudamos e não conseguimos entender os reais motivos pelos quais não temos segurança, saúde, educação, e outras coisas mais.
Somos nós os responsáveis pela inversão de valores da qual somos reféns.
timothynery@yahoo.com.br
Do Portal Espaço Vital: (http://www.espacovital.com.br/noticia_ler.php?id=25853). Acesso em: 03/nov/2011.
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