Nova York, 15/09/2011
Primavera Árabe inspira Dia da Democracia
Helen Clark, Administradora do PNUD, fala do significado da democracia no contexto da recente mobilização social no Mundo Árabe
O mundo celebra hoje, 15 de setembro, o Dia Internacional da Democracia. A série de episódios recentes ocorridos no Norte da Africa e no Oriente Médio - conhecida como Primavera Árabe - é vista por muitos especialistas como exemplo concreto de como o sentimento e o desejo de democracia podem emanar dos povos e provocar transformações importantes na vida de cada cidadão.
Confira abaixo a mensagem da Administradora do PNUD, Helen Clark, em comemoração a esta data:
"Hoje, no Dia Internacional da Democracia, devemos refletir sobre os desejos de liberdade, dignidade e inclusão que vêm das milhões de pessoas no mundo árabe que pedem por mudança.
Muitas vidas foram e ainda são perdidas em função dos regimes e seus opositores, que continuam a se enfrentar.
Tunísia, Egito e agora a Líbia estão entrando em uma nova era, e enfrentam o desafio de construir sociedades, sistemas de governança e economias mais inclusivas.
Esse processo passa pelo fortalecimento dos Poderes Legislativo e Judiciário, pela promoção da transparência e prestação de contas em todos os níveis do governo, pela contrução de novas instituições e pela a revisão dos sistemas políticos e econômicos como um todo.
As transformações que decorrem da transição de um sistema autoritário para um outro mais participativo levam tempo, e essa é uma estrada marcada por solavancos. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) pode compartilhar sua experiência nessa área, por ter participado desse processo de transição em muitos países.
No dia 23 de outubro, pela primeira vez, o povo da Tunísia vai eleger seus representantes para a Assembleia Nacional Constituinte. Devido às conquistas históricas dos tunisianos na luta pela igualdade de gênero, há um esforço em aumentar o número de mulheres candidatas nas listas dos partidos, aumentando assim a representação feminina no parlamento.
Mulheres tunisianas de todas as idades, vindas de contextos sociais distintos, desempenharam um papel crucial na luta pela democracia e pela liberdade. A imagem das juízas, vestidas com suas togas pretas, marchando pelas ruas da capital em janeiro deste ano deve ficar como uma das mais marcantes da Primavera Árabe.
O PNUD está capacitando as candidatas que vão concorrer pela primeira vez nas eleições de outubro. Elas recebem informações e treinamento sobre como realizar campanhas, envolver a sociedade civil e fazer uso tanto da mídia tradicional como dos novos canais de comunicação. Também estamos promovendo o diálogo entre tunisianos sobre imagem e percepção pública da participação feminina na esfera política de país.
No Egito, o PNUD está pronto para apoiar o processo eleitoral e assegurar as reformas no país. Na Líbia, a equipe da ONU está enfrentando os desafios humanitários e em prontidão para ajudar na transição.
As Nações Unidas não medem esforços para desenvolver e reforçar as práticas e instituições democráticas ao redor do mundo.
O PNUD, sozinho, dedicou mais de US$ 1,6 bilhão à construção e ao fortalecimento da governança democrática no mundo. Atualmente, apoiamos um em cada três parlamentos nos países em desenvolvimento e estamos envolvidos, em média, em uma eleição a cada duas semanas.
A democracia não pode ser exportada ou imposta; deve emanar da vontade do povo. O nosso papel deve ser o de apoiar as nações no caminho que elas mesmas decidiram trilhar, para que assim possam concretizar suas aspirações por igualdade, inclusão e empoderamento."
Helen Clark, 15 de setembro de 2011
Disponível no Portal PNUD: (http://www.pnud.org.br/administracao/reportagens/index.php?id01=3815&lay=apu). Acesso em: 17/set/2011.

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