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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Mundo. Democracia. Bolívia. As repercussões internas pós aprovação da nova Constituição...

Atualizado às: 26 de janeiro, 2009 - 10h41 GMT (08h41 Brasília) Bolívia: Analistas prevêem mais disputas após referendo
Marcia Carmo
Enviada especial da BBC Brasil a La Paz

Oposição apostava em 'empate técnico' no referendo
A ameaça da oposição boliviana de não acatar a provável vitória do "sim" no referendo sobre uma nova Constituição para o país preocupa analistas ouvidos pela BBC.

Após a divulgação de resultados preliminares indicando aprovação da Carta, representantes oposicionistas declararam sua intenção de não respeitar o resultado no Congresso, o que para muitos pode levar a um impasse político.
"Com a vitória do 'sim', o processo de implementação da nova Constituição vai ser complicado, tanto por razões políticas quanto operacionais", disse à BBC Brasil o cientista político Jorge Lazarte, professor da Universidade Católica Boliviana.
"A oposição atuará com força porque o projeto tem marcas indígenas, com as quais parte da população não se sente identificada."
Para Lazarte, faltou mais debate para definir o texto com um consenso maior.
Entenda os pontos polêmicos da nova constituição da Bolívia

Controle social

Na opinião do analista político e indigenista Fernando Untoja a série de disputas entre governo e oposição não terminou com esta eleição.
"Essa é uma guerra que começou há muito tempo e se chegou a pensar que esta eleição seria o último capítulo. Mas não, é só mais uma batalha", disse.
Após ouvir discursos da oposição defendendo o "não" à nova Carta Magna, Untoja destacou que a harmonia nacional ainda está distante.
O analista se referiu em particular a declarações do presidente do Comitê Cívico Santa Cruz, Branko Marinkovic, que contestou a vitória do "sim".
"Os dois lados (governo e oposição) caminham, outra vez, para o enfrentamento.
Os dois lados devem definir, pela via do diálogo, que Estado queremos e o que é melhor para a Bolívia".

Para o professor de direito da Universidade Maior de San Andrés Ramiro Moreno Baldivieso, que analisou o texto constitucional, a situação poderia ser ainda mais complicada se a vitória do "sim" tivesse sido apertada.
Segundo pesquisas de boca-de-urna, o texto da nova Carta foi aprovado por cerca de 60% dos eleitores.
Para agravar ainda mais a situação, a prefeita (governadora) de Chuquisaca, a indígena Savina Cuellar, convocou um "desacato" ao texto, por entender que a votação foi fraudulenta.

Do Portal da BBC Brasil
(http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2009/01/090126_boliviaanalise_ba.shtml). Acesso em: 26.jan.2009.

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