Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 29/set/2019...
RECURSO REPETITIVO
09/09/2019 08:20
Trabalho rural remoto exercido antes de 1991 pode ser computado para aposentadoria híbrida por idade
A
Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em julgamento sob
o rito dos recursos repetitivos, fixou a seguinte tese:
"O tempo de
serviço rural, ainda que remoto e descontínuo, anterior ao advento da
Lei 8.213/1991, pode ser computado para fins da carência necessária à
obtenção da aposentadoria híbrida por idade, ainda que não tenha sido
efetivado o recolhimento das contribuições, nos termos do artigo 48,
parágrafo 3º, da Lei 8.213/1991, seja qual for a predominância do labor
misto exercido no período de carência ou o tipo de trabalho exercido no
momento do implemento do requisito etário ou do requerimento
administrativo" (Tema 1.007).
Em
razão da afetação dos Recursos Especiais 1.674.221 e 1.788.404 como
representativos da controvérsia – ambos de relatoria do ministro
Napoleão Nunes Maia Filho –, estava suspensa em todo o país, até a
definição da tese pelo STJ, a tramitação dos processos pendentes que
discutissem a mesma questão jurídica.
No
REsp 1.674.221, uma segurada questionou acórdão do Tribunal Regional
Federal da 3ª Região que negou a concessão de sua aposentadoria na
modalidade híbrida sob o fundamento de que o tempo de trabalho rural
exercido antes de 1991 não pode ser computado para efeito de carência e
que, além disso, deve haver contemporaneidade entre o período de labor e
o requerimento de aposentadoria.
Já
no REsp 1.788.404, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
objetivava a reforma de decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região que entendeu que o tempo de serviço rural pode ser computado para
fins da carência necessária à obtenção da aposentadoria por idade
híbrida, ainda que não tenha sido efetivado o recolhimento das
contribuições e ainda que o segurado não esteja desempenhando atividade
rural por ocasião do requerimento administrativo.
Condição exigida
Em ambos os processos, o INSS sustentou que a concessão da aposentadoria híbrida exige que a atividade rural tenha sido exercida no período de carência (180 meses ou 15 anos), não se admitindo o cômputo de período rural remoto.
Alegou ainda que, quando
o parágrafo 3º do artigo 48 da Lei 8.213/1991 menciona que os
trabalhadores que não satisfaçam a condição exigida para a concessão de
aposentadoria por idade rural poderão preencher o período equivalente à
carência necessária a partir do cômputo de períodos de contribuição sob
outras categorias, não está a promover qualquer alteração na forma de
apuração e validação do período de trabalho rural, em relação ao qual
continua sendo imprescindível a demonstração do labor no período
imediatamente anterior ao requerimento do benefício, ainda que de forma
descontínua.
Uniformidade e equivalência
Em seu voto, Napoleão Nunes Maia Filho ressaltou que a aposentadoria híbrida consagra o princípio constitucional de uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais e que, ao prever a possibilidade de integração na contagem entre o trabalho rural e outros períodos contributivos em modalidade diversa de segurado para fins de aposentadoria híbrida, a Lei 8.213/1991 conferiu o máximo aproveitamento e valorização do labor rural.
"Não
admitir o cômputo do trabalho rural exercido em período remoto, ainda
que o segurado não tenha retornado à atividade campesina, tornaria
a norma do artigo 48, parágrafo 3º, da Lei 8.213/1991 praticamente sem
efeito, vez que a realidade demonstra que a tendência desses
trabalhadores é o exercício de atividade rural quando mais jovens,
migrando para a atividade urbana com o avançar da idade."
O
relator destacou ainda que os únicos requisitos explicitados no artigo
48, parágrafo 3º, da Lei 8.213/1991 para a concessão da aposentadoria
híbrida são o cumprimento do período de carência de 180 meses e o
requisito etário, que é de 65 anos para homem e de 60 anos para mulher.
"A
tese defendida pela autarquia previdenciária, de que o segurado deve
comprovar o exercício de período de atividade rural nos últimos 15 anos
que antecedem o implemento etário, criaria uma nova regra que não
encontra qualquer previsão legal."
Posição preconceituosa
Napoleão Nunes Maia Filho lembrou que a jurisprudência do STJ é unânime "ao reconhecer a possibilidade de soma de lapsos de atividade rural, ainda que anteriores à edição da Lei 8.213/1991, sem necessidade de recolhimento de contribuições ou comprovação de que houve exercício de atividade rural no período contemporâneo ao requerimento administrativo ou implemento da idade, para fins de concessão de aposentadoria híbrida, desde que a soma do tempo de serviço urbano ou rural alcance a carência exigida para a concessão do benefício de aposentadoria por idade".
Para
o relator, a posição sustentada pelo INSS não só contraria a orientação
jurisprudencial do tribunal, como também afronta a finalidade da
legislação previdenciária. "Na verdade, o entendimento contrário
expressa, sobretudo, uma velha posição preconceituosa contra o
trabalhador rural, máxime se do sexo feminino."
Leia o acórdão no REsp 1.674.221.
Esta notícia refere-se ao(s) processo(s):
Original disponível em: (http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/Trabalho-rural-remoto-exercido-antes-de-1991-pode-ser-computado-para-aposentadoria-hibrida-por-idade.aspx). Acesso em 29/set/2019.
Um comentário:
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