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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Presidente sírio convida Trump a se retirar: 'Papel dos EUA na Síria é desnecessário, deveriam se retirar'

Presidente sírio convida Trump a se retirar: 'Papel dos EUA na Síria é desnecessário, deveriam se retirar': O presidente Sírio, Bashar Assad, disse que não vê papel dos EUA ou de sua coalizão na Síria enquanto estiverem apoiando terroristas. O presidente Sír...

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quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Vão parar este homem? (Fernando Brito. Do Tijolaço)


Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 23/ago/2017...

Vão parar este homem?
lulasergipedoutor
Quatro dias depois de iniciada a caravana de Lula pelo Nordeste, já ficou claro, pela mobilização que se formou, que boa parte das camadas mais simples da população já se “vacinou” contra a ofensiva midiático-judicial contra Lula.

Hoje, o problema que se colocou para o conservadorismo é o como deter uma nova “onda” Lula que começa a se formar, perceptivelmente.
Como diz o professor Wanderley Guilherme dos Santos, hoje, no Conversa Afiada, “a direita e a esquerda de nariz torcido evitam reconhecer que a indestrutibilidade de Lula não é propaganda partidária, mas fenômeno sociológico”.
Talvez em função de não compreenderem, por sua natureza essencialmente egocêntrica, que a história é construída muito menos por homens do que por personagens, representações de vontades e aspirações que se corporificam em líderes, para muito além de suas limitações e fraquezas humanas.
Aliás, a mesquinhez em prender-se às suas próprias convicções, desprezando os fatos e significados concretos que estão visíveis (não é Dr. Moro?) são típicos dos que olham a todos  com a superioridade de julgadores e não com a identidade de uma coletividade, de uma Nação.
Assista o discurso de Lula (a partir do minuto 36) na entrega de um título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Sergipe, na cidade de Lagarto. Aquele que o juiz proibiu de entregar na Bahia, disse o ex-presidente hoje cedo numa entrevista, já está entregue em cada diploma de aluno negro, de aluno pobre que jamais teria se tornado doutor.


Original disponível em: (http://www.tijolaco.com.br/blog/vao-parar-este-homem/). Acesso em 23/ago/2017.

Ao vivo, Lula em Arapiraca, nas Alagoas (Cf. Fernando Brito. Do Tijolaço)

Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 23/ago/2017...

Ao vivo, Lula em Arapiraca, Alagoas
lulaalag
Assista,  ao vivo, o ato em que Lula Lula recebe o título de Doutor Honoris Causa da Uneal, em Arapiraca,  maior cidade do Agreste alagoano e segunda maior do Estado.

Original disponível em: (http://www.tijolaco.com.br/blog/ai-vivo-lula-em-arapiraca-alagoas/). Acesso em 23/ago/2017.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

“O fascismo e o ridículo andam juntos” (Marcia Tiburi)

Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 21/ago/2017...

Marcia Tiburi: “O fascismo e o ridículo andam juntos”

 

Marcia Tiburi
Publicado no Jornal Extra Classe.
Para a filósofa e professora Marcia Tiburi, a propaganda nazista está na linha direta que leva ao surgimento da sociedade do espetáculo numa espécie de círculo vicioso. Portanto, segundo ela, a intimidade entre fascismo e ridículo político é evidente. A gaúcha de Vacaria, mestra e doutora pela UFRGS, não é uma filósofa qualquer. É filósofa, romancista e ensaísta. Mas hoje, ela prefere mesmo ser chamada de professora. Principalmente depois que a categoria começou a ser atacada pela turma da “escola sem partido”. Uma professora que atendeu o Extra Classe no meio de uma maratona que incluiu suas aulas no Rio de Janeiro, uma ida a São Paulo, uma palestra em Florianópolis e uma aula sobre Juan Rulfo, em Curitiba. 
Sem deixar nunca deixar a simpatia de lado, a professora Marcia, mesmo tendo que reler Pedro Páramo inteiro para o último compromisso que listamos, em hipótese alguma deixou o Extra Classe sem respostas, falando um pouco mais do seus últimos trabalhos. Depois do sucesso do seu livro Como conversar com um fascista (Record 2015)  ela  lança pela mesma editora o Ridículo Político, outro ensaio que, parafraseando alguns membros do nosso diligente Ministério Público, está no timing correto, analisando a política e o fazer política em nossa atualidade 
Extra Classe – Usando uma palavrinha da moda no mundo das artes, em que o Ridículo Político ‘dialoga’ com o seu livro anterior Como conversar com um fascista?
Márcia Tiburi – De fato, os livros podem ser lidos tendo em vista o diálogo entre eles. Em Como conversar com um fascista, eu tentei mostrar que o ódio não é um afeto natural, mas que ele se prolifera pelos discursos e que esse discurso se tornou um capital. As pessoas não imaginam como são “afetadas” pelas falas dos outros e pelos discursos vigentes. As pessoas “odeiam” tanto, em grande medida porque há muito estímulo ao ódio. Não há ódio sem linguagem, sem expressão de ódio, sem exposição de ódio. Mas odiar é mais do que um afeto, é também um jogo de linguagem.
Um jogo em que quem pode mais chora menos. Odiar virou moda em uma época em que o desvalor se torna um valor.  A mesma coisa acontece com o ridículo. Ele é algo negativo que se torna valor, no sentido de capital mesmo. Em nossa época, aqueles que não se importam em cair no ridículo podem tirar vantagem dele. Muitos aprendem a fazer uso do que é vergonhoso como vantagem política. Em Ridículo Político eu tento colocar a atenção na estranha capitalização que vem acontecendo por meio do discurso preconceituoso e das cenas vexatórias. O que antes causava vergonha, transformou-se em mérito. E isso constitui uma profunda mutação na cultura política. O papelão é a moeda da política transformada em publicidade na era do espetáculo.
EC – Sabemos que a retórica fascista é vazia pois não apresenta ideias ou argumentos que fujam ao senso comum, mostrando-se alheia a qualquer limite ou reflexão. Neste contexto, o fascismo além de perigosos também é um ridículo político?
Marcia – O fascismo sempre teve algo de espetacular. Hitler, e Mussolini em certa medida, não seria ninguém sem a propaganda que ele ajudou a criar. Eles fazem parte da pré-história do que ainda chamamos de fascismo, a postura que nega o outro em um sentido cognitivo, ético e político. O discurso fascista vive de clichês e de um certo modo de aparecer. Um fascista quer aparecer mesmo que não tenha nada a dizer. Ele sabe que o mero aparecer rende capitalização na cultura do espetáculo. A propaganda nazista está na linha direta que leva ao surgimento da sociedade do espetáculo numa espécie de círculo vicioso. A intimidade entre fascismo e ridículo político é realmente evidente, sobretudo se pensarmos no poder de capitalização, de influência que os discurso preconceituosos, de ódio, os clichês expostos sem vergonha, tem sobre as pessoas e a sociedade como um todo.
EC – Já no prólogo do seu novo livro, mesmo brincando, você diz “Se o leitor espera divertir-se, deixe-o agora ou cale-se para sempre”. Não tens medo, de cara, de perder o seu leitor (risos)?
Marcia – Eu confio na inteligência de quem lê o meu livro. O título de “Como conversar com um fascista” já era uma ironia que, por sorte, muita gente percebeu. Foucault disse em algum lugar que desejava a maldade do leitor. Como professora de filosofia, eu posso dizer o mesmo, não me interessa um leitor conformado. Nesse sentido, a ironia é uma boa maldade. O contrário da má fé que vemos hoje naqueles que fingem que não entendem e da fraqueza cognitiva daqueles que não entendem mesmo. Há pessoas que não gostam do meu livro e nem o leram. Não argumentam, e muitas vezes o xingam, ou xingam a mim. E isso não apenas entre aqueles que hoje praticam abertamente o discurso de ódio. Eu soube de um professor de uma importante universidade que não leu o livro e falou muito mal dele, e de mim, inclusive confessando em aula que ao entrar nas livrarias, escondia o meu livro atrás de outros. E era um professor alinhado com a esquerda. Cito esse caso, para que vejamos que o avanço da tendência fascista vai muito mais longe do que se imagina. Infelizmente, uma postura como essa apenas comprova concretamente as minhas teses. O próprio sucesso e o ódio que há contra o livro dão a ele certa centralidade na cena brasileira desse momento.
EC – Você fala do hábito de não tratar com seriedade as coisas políticas. Isso, na sua opinião, vem, no Brasil, com o certo desalento com tudo o que está acontecendo ou deixa de ser um fenômeno conjuntural e permeia a história?
Marcia – Talvez seja possível buscar essa falta de seriedade na história no sentido de que as pessoas talvez não tenham se preocupado muito com o poder no momento em que deveriam ter feito isso. Mas seria conjecturar no vazio desde que não temos como escrever uma história do descaso. A história é a história do descaso, mas não temos acesso a ele. A meu ver, esse descaso, cujo conteúdo não conseguimos acessar, vem se aprofundando. Deixamos de lado, aquilo que não conseguimos resolver. Não se trata, portanto, de falta de seriedade em função de um gosto pela piada. Mas de uma incapacidade de nos relacionarmos com a coisa política. E, nesse sentido, de cuidar da coisa política. Eu me refiro, portanto, mais à falta de seriedade que surge na eminência de perigos que podemos avaliar. Porque pensamos que a vida se resolve em termos de economia, deixamos de lado a política. Mas essa visão nos foi vendida, não é autêntica. Ela nos foi vendida pelo neoliberalismo.
EC – Você afirma que perceber a relação entre a política e a estética é algo cada vez mais urgente. Sem a óbvia resposta, leiam o livro por favor (risos) poderia nos dar uma pincelada sobre o isto?
Marcia – Às vezes eu realmente tenho que sugerir isso, pois é incrível a quantidade de pessoas que falam sem demonstrar ter lido. Me impressiona que um livro possa incomodar tanto. Não é, evidentemente, o caso diante de sua pergunta que me pede para expor um pouco mais o meu ponto de partida. Em termos muito simples, quando falo de estética e política, estou me referindo tanto ao teatro da política, do aparecer em política, quanto ao universo daquilo que podemos chamar de sensibilidade psicossocial, os afetos que fazem parte do cotidiano político, não apenas do macropoder, mas do micropoder, do simples cidadão. A meu ver, se não compreendermos essa esfera não saberemos muita coisa sobre política. Atualmente, as pessoas falam demais sobre política sem conhecimento de causa e isso não tem ajudado a produzir mais discernimento.
EC – Se para você política não é algo que se destrói, mas algo que se transforma, em que se transformou a política no Brasil?
Marcia – Você já ouviu neurocientistas dizerem que o cérebro é plástico? Ou seja, que ele se molda, que ele se adapta? Pois podemos dizer que a política tem a mesma qualidade plástica. Ela se molda, ela se adapta, ela é absolutamente moldável. Infelizmente, atualmente ela tem sido apenas manipulável para os fins de interesses privados contra os fins públicos que importam a um país e a uma sociedade democrática. Podemos dizer que a política vem sendo manipulada na direção da publicidade. Nossos representantes se apresentam como bufões e canastrões de um mau teatro com um péssimo enredo. No entanto, não devemos perder as esperanças, pois a política pode ser transformada em outra coisa, vai depender do nosso desejo. Aí mora um problema imenso, mas é esse o que deveria ser resolvido. Pois se não houver desejo não haverá entendimento, compreensão e transformação concreta do estado atual da política.
EC – Com a vitória de Trump nos EUA e a ameaça de quase chegada ao poder de Marine Le Pen, da Frente Nacional (de extrema direita) na França, como você avalia a política contemporânea no mundo. O ridículo também está presente?
 Marcia – De fato, não estou falando de um fenômeno brasileiro apenas. A questão é global, em todos os sentidos. Não foram os brasileiros que inventaram isso, mas o Brasil nesse momento, serve de exemplo. A Itália de Berlusconi, os EUA de Trump impressionam, mas podemos buscar a aparição do fenômeno em vários outros lugares. Trata-se de uma tendência dominante que tanto demonstra a falta de criatividade em política, como um perigo de destruição generalizada dos valores políticos conhecidos ate aqui.
EC – Você diz que ninguém quer ocupar a posição ridícula, apesar de falar da instrumentalização do ridículo na política. No Brasil nós temos os famosos candidatos folclóricos, alguns, inclusive, com votações expressivas como o caso de Enéas Carneiro,  candidato três vezes à presidência da República (1989, 1994, 1998) que com o sua agilidade de raciocínio e fala, além do famoso bordão “Meu nome é Enéas!, foi eleito Deputado  pelo estado de São Paulo, com a maior votação já registrada no país para a Câmara Federal (mais de 1,57 milhão de votos). Votação, aliás, que quase foi batida por Tiririca, também de São Paulo, que com o seu bordão “Pior que está não fica”. Eles estão em que pé?
Marcia – Esse é justamente o paradoxo do ridículo político, ninguém quer ser menosprezado por meio do ridículo, já que o ridículo implica uma desvalorização. Ninguém quer essa marca, mas aquele que ela assinala, adquire um valor. Isso não acontece ao natural, digamos assim. Os exemplos trazidos por você são todos perfeitos. Nenhum desses cidadãos se promoveu politicamente por meio do reconhecimento de algo como “competência” ou capacidade. Nenhum deles representava nada de admirável, de nobre ou sublime, digamos assim, muito menos de belo e verdadeiro, para usar termos antigos que em momentos diversos da história humana designaram valores estéticos e morais. Todos foram votados porque apareceram como personagens histriônicos, imagens, “personas”, no sentido de máscaras mesmo, com textos específicos, bordões, clichês, falas prontas. Quem cresce e aparece é porque se torna personagem, “figura”. Podemos citar candidatos eleitos em diversas cidades e estados pelo país afora. Os agentes populistas mais canastrões estão por aí exercendo seus governos de fachada. O que eu quero dizer com isso, não é que a política perdeu o estilo, pois há personagens também no passado, mas que o “estilo” do momento acoberta uma tremenda inconsistência política. Me refiro ao conhecimento, à capacidade mesma de governar visando a complexidade de um país. Quando ouvimos o discurso baseado em clichês, não estamos só diante de um ignorante que se elegeu, mas estamos diante de um caso de ignorância que foi capturada para efeito do poder. A ignorância tornou-se capital político, percebe?

Graças a Direita Golpista a UERJ vive crise sem precedentes

domingo, 20 de agosto de 2017

Janio e o mistério da “não-delação” de Cunha (Fernando Brito. Do Tijolaço)

Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 20/ago/2017...

Janio e o mistério da “não-delação” de Cunha
sombracun
Em sua coluna de hoje, na Folha, Janio de Freitas toca num ponto que, em geral, não habita as preocupações do “jornalismo de vazamentos”: afinal, a delação de Eduardo Cunha será descartada pela Procuradoria Geral da República?
Entre os já citados na Lava Jato, Cunha é, sem dúvida, quem mais conhece –por experiência pessoal e por sua bagagem de informações– a diversidade de setores e personagens ativos no mundo das transações obscuras. Exemplo recente da relevância de delações de Cunha veio da própria Polícia Federal, investigadora na Lava Jato.
Em relatório ao ministro Edson Fachin, a PF diz que “não encontrou” elementos comprometedores de Aécio Neves no chamado caso Furnas, que cochila há uns dez anos. Haja ou não o comprometimento comentado há muito tempo, não encontrar não significa inexistir. Cunha, a quem Aécio tratou no Congresso com muita deferência, conhece por dentro todo o caso. Desde a nomeação, para Furnas, do indicado de Aécio, Dimas Toledo.
Habitação popular? É com Cunha mesmo. Telefonia, negócios brasileiros e portugueses em torno da Oi são com Cunha. Caixa Econômica, seus (ex-)vices Geddel Vieira Lima e Moreira Franco e negócios ainda não apurados ou nem conhecidos são com Cunha. Dinheiro para determinadas votações na Câmara? Posto Ipiranga. Quer dizer, Eduardo Cunha, como tantos assuntos mais.
Não há dúvida de que as revelações oferecidas por Cunha para o acordo de premiação estão aquém do valor possível. Mas nem como pressão é promissor o corte das negociações, a um mês da substituição de Rodrigo Janot por uma situação de incógnita. Mais parece birra da presunção paranoide de alguns salvadores do país, confrontados com as resistências do seu prisioneiro.
Duvido bastante que, a esta altura, Eduardo Cunha nutra alguma esperança de safar-se com uma pena de média ou que consiga “manter isto” – as supostas remunerações à sua boca calada com algum (muito) dinheiro como disse fazer Joesley Batista.
Alem do mais, precisando de um “bambu de prata” para sua flecha final, desconfio que Rodrigo Janot fosse ser  avaro nas concessões caso Cunha desse algo sólido contra aquele sobre o qual tem muito – a amostra de suas perguntas à “testemunha Temer” é suficiente para que se veja que ele tem.
A menos que Eduardo Cunha esteja contando que, após a saída de Janot, apareça alguém “querendo manter isso”.  Improvável, pelo currículo “pré-Jaburu” da Doutora Raquel Dodge.
Talvez o responsável pela afonia de Eduardo Cunha sejam os ares frios de Curitiba. Lá, como se sabe, tudo que não se refere a Lula vão para o escaninho do “não vem ao caso”.
Original disponível em: (http://www.tijolaco.com.br/blog/janio-e-o-misterio-da-nao-delacao-de-cunha/). Acesso em 20/ago/2017.

Depois não digam que Constituinte é ditadura… (Fernando Brito. Do Tijolaço)

Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 20/ago/2017...

Depois não digam que Constituinte é ditadura…
estadosgerais
egotrip que tomou conta dos poderes da República é absolutamente evidente.
O Executivo tornou-se um valhacouto de denunciados, a começar do presidente da República.
Sua capacidade de gerir a economia foi-se, a de gerar progresso deu adeus antes disso e a de prover serviços públicos já nos acena com um adeus.
O Judiciário navega como nau soberba e luxuosa no oceano de lama nacional: a existente e a que ele próprio criou com sua ação irresponsável e uma imprudente sanha acusatória. Hoje mesmo tem-se oexemplo da irresponsabilidade com a declarações do promotor que diz, depois de terem virado manchetes nacionais, que as contas na Suíça em favor de lula e Dilma nada têm que possa dar-lhes um mínimo sinal de veracidade. Ai menos essa, por enquanto, ainda não virou triplex do Guarujá.
A hierarquia e o respeito entre as instâncias, fundamento essencial do sistema, foi para o brejo: milhares de juízes não se acanham em se dizerem “perseguidos” por não terem satisfeitos seus pantagruélicos apetites salariais.
E o Legislativo, onde estamos acostumados a ver de tudo e mais um pouco, agora atenta contra a própria ideia de representatividade que sustenta a sua existência e advoga um “distritão” que significa, simplesmente, jogar fora a metade – e só não será a maioria porque candidatos modestos e sem dinheiro ou deixarão de fazer campanha ou a farão apenas para dar destino (para si e para outros) das cotas do fundo eleitoral.
Quem quiser creia nas balelas de que “é apenas uma transição” para o voto distrital misto – já duvidoso. Quando é que suas excelências, autoconvertidos em nobreza parlamentar que a ninguém, nem aos partidos, deve obrigações e coerência vão anular seus privilégios?
Um parlamento de nobreza e clero, essencialmente, os “Estados Gerais”,  na França falida de 1796 – já então com a desastrosa cantilena do ‘imposto-não”, que a arruinou frente à Inglaterra – não foi capaz de dar ao país saídas e tudo desembocaria na Revolução de 1789 e na derrubada do Rei.
Aqui, pode-se pensar na eleição de um rei-presidente que vá ser mero refém de um parlamento onde desapareceu a representação proporcional, há condes-deputados e juízes políticos vitalícios e incontestáveis?
Como pode um presidente eleito legitimamente eleito comportar-se dentro de um quadro assim senão indo buscar no povo, fonte de legitimidade do poder,  a reforma destas estruturas apodrecidas?
Dirão que será “Venezuela”, “bolivarianismo”?
Que voto popular é subversivo e a vontade da Nação é antidemocrática?
Trocaram a institucionalidade pela aventura, como podem reclamar da necessária “freada de arrumação” que acabará por vir?
Quem quer levar o Brasil para 1920 não se espante com 1930.
Original disponível em: (http://www.tijolaco.com.br/blog/depois-nao-digam-que-e-ditadura/). Acesso em 20/ago/2017.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Se é impossível evitar eleições diretas Gilmar Mendes resolve? (Fernando Brito. Do Tijolaço)

Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 18/ago/2017...

Se é impossível evitar eleições diretas, Gilmar Mendes resolve?
tesouro
Um ministro do Supremo tem como dever guardar a Constituição.
Um presidente do Tribunal Superior Eleitoral tem o dever de fazer respeitar a lei eleitoral e o respeito à vontade popular.
Errado, caro leitor e estimada leitora.
Gilmar Mendes, diante dos seus acovardados pares – no TSE, agora, parece que só se ingressa se for da “escolinha do Gilmar” – manda chamar os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira para  dar-lhes a missão de implantar o parlamentarismo, duas vezes recusado nas urnas pelo povo brasileiro.
O argumento é simples.
Se não têm candidato para vencer eleições e se é impossível cancelá-las, então faça-se elas não valerem nada.
Tão simples quanto tolo, porque a crise de legitimidade permaneceria e, pior, jogaria o Brasil ainda mais no limbo mundial.
O que isso denota é que bateu o desespero no conservadorismo brasileiro. O movimento surdo da consciência popular está identificado em pesquisas e apavora.

domingo, 13 de agosto de 2017

Decisão de milionária de ajudar Lula revolta brasileiros que pensam que são ricos (Joaquim de Carvalho. Do DCM)

Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 13/ago/2017...

Decisão de milionária de ajudar Lula revolta brasileiros que pensam que são ricos

 

Roberta: o dinheiro é dela, mas os coxinhas querem decidir como deve gastar.
Vista de longe, a neta do banqueiro suíço Roberta Luchsinger poderia ser confundida com uma batedora de panela, dessas que gravam vídeo para dizer “sou rica, sou rica”, têm horror a pobres e fingem se importar com eles.
Roberta foi educada pelas melhores escolas, costuma se deslocar de helicóptero e recebia do avô banqueiro uma mesada de 28 mil francos suíços, o equivalente a 97 mil reais, segundo informa a jornalista Eliane Trindade, em sua coluna na Folha.
A família de Roberta foi alvo de texto até de João Doria Júnior, que tem um faro especial para negócios que envolvem milionários — em 2016, em sua coluna na revista Istoé, Doria escreveu sobre uma disputa por herança na família.
Só que Roberta não é como seu pares no Brasil, meritocratas da boca para fora, que não largam a teta do Estado. Não é tampouco bolivariana, socialista ou comunista. É alguém que entendeu a importância das políticas de inclusão social no Brasil.
“Esse ódio exacerbado contra os partidos de esquerda, principalmente contra o PT, chegou ao ponto de cegar parte da sociedade. Virou moda se referir a Lula como ladrão”, afirmou ela à Folha.
“Esses que hoje o demonizam se esquecem de que Lula foi bom para os pobres e também para os ricos e deixou a Presidência com 90% de aprovação”.
Roberta é filiada ao PCdoB, partido que conheceu quando esteve casada com o ex-delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que foi deputado. Mas não segue a cartilha marxista, como de resto o PCdoB e a maior parte dos partidos de esquerda — Marco Aurélio Garcia, que foi um influente conselheiro de Lula, já dizia que ficaria de joelhos agradecendo a Deus se, pelo menos, o Brasil se aproximasse da social-democracia.
O casamento de Roberta terminou de maneira rumorosa, com a declaração dela de que foi traída pelo ex. “Cansei de ser chifrada”, disse à Veja. Roberta, no entanto, soube separar as coisas e hoje continua apoiando o ex-delegado, asilado na Suíça por conta de uma condenação Brasil, por desvio funcional no caso da operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas.
Roberta também permaneceu filiada ao PCdoB, partido de Protógenes, e só separou depois da campanha de 2014, para não atrapalhar a campanha à reeleição do então marido.
Sua página no Facebook revela um pouco do que pensa. Ela postou uma reportagem sobre o prefeito de São Paulo e escreveu: “Doria e seu sonho de ser o Lula”. Crítica da Lava Jato e ironizou a notícia de que Adriana Ancelmo, depois de presa, se separaria do ex-governador Sérgio Cabral: “Acabou a mamata, acabou o amor… será que algum dia ele existiu?” Chamou o impeachment pelo que é: golpe.
Na rede, não deixa de falar de suas preferências pessoais, como vestido de casamento e música.
Roberta namorou o ex-prefeito de Jaguariúna, depois da separação de Protógenes, se preparou para desfilar em escola de samba e planejou escrever um livro para dar dicas de gastronomia para quem quer emagrecer – ela disse que perdeu mais de 30 quilos mudança de hábitos alimentares.
Aos 32 anos, Roberta, no campo pessoal, tem sonhos e planos como toda mulher da sua idade. O que a difere é a sensibilidade social. Depois que anunciou que doaria 500 mil reais a Lula e sugeriu uma vaquinha, foi criticada por gente que acredita pertencer ao mesmo mundo que ela.
“Que tal doar para mim também? Perdi quase tudo que meu suor conquistou com as trapalhadas dos socialistas. Aceito $ 100.000,00. Já ajuda”, escreveu um deles na rede social. Os outros vão na mesma linha. São provavelmente da mesma massa que se informa pelo Jornal Nacional e não entenderam nada sobre o que foi governo Lula nem sobre os propósitos de Roberta.
Roberta acredita que, com o golpe que derrubou Dilma, o Brasil foi na contramão da história e isso é ruim para os negócios. Para ela, o país precisa reduzir a desigualdade social para crescer e não cortar direitos sociais, que, no curto prazo, beneficiam apenas uma parcela muito pequena da sociedade.
“Independentemente de (Lula) ser ou não candidato, este dinheiro vai permitir a Lula sair pelo Brasil espalhando esperança. Não podemos perder a crença na política. Precisamos de união”, disse.
Os críticos de Roberta, seguidores do Pato da Fiesp, se comportam como os brancos pobres da época em que a sociedade ainda era escravocrata. Repetem o que ouvem e acham que são ricos. Não passam de massa de manobra de uns poucos brasileiros. Quem conhece a riqueza sabe que, até para explorar, o Brasil precisa de inclusão social, e não o contrário.


sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Ciro Gomes. Entrevista na sala do Zé Trajano (Fernando Brito. Do Tijolaço. 10/08/2017)

Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 11/ago/2017...


Ciro, ao vivo, na sala do Zé Trajano
cirotraj
Grande entrevista, na certa, a o ex-ministro Ciro Gomes no programa “Na sala do Zé”, do Jornalista José Trajano, com um time de craques, além do anfitrião: Laura Carvalho, economista e colunista da Folha; Joé Roberto de Toledo, colunista do Estadão e  Natalia Viana, repórter e diretora da Agência Pública.
Se pegar o bonde andando, basta correr o cursor até o início, para não perder nada.

Original disponível em: (http://www.tijolaco.com.br/blog/ciro-ao-vivo-na-sala-do-ze-trajano/). Acesso em 11/ago/2017.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

domingo, 6 de agosto de 2017

Por que o caso de apreensão de drogas na fazenda de Aloysio morreu em tempo recorde (Kiko Nogueira)

Postagem no Abertura Mundo Jurídico em 06/ago/2017...


Por que o caso de apreensão de drogas na fazenda de Aloysio morreu em tempo recorde 

 

Elle
Ele

Em junho 2009, um caso de apreensão de entorpecentes surgiu e desapareceu de forma fulminante.
Aconteceu numa fazenda em Pontalinda, perto de São José do Rio Preto, interior de São Paulo.

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Numa quinta feira de maio, a polícia encontrou um tambor de leite com 19 quilos de pasta base de cocaína, 515 gramas de crack e 13 cartuchos para pistola.
O dono das terras era o tucano Aloysio Nunes Ferreira Filho, então secretário da Casa Civil, hoje chanceler. O governador era José Serra, o mesmo que Aloysio substitui hoje no Itamaraty.
Em uma semana, o delegado Antônio Mestre Júnior, o “Mestrinho”, chefe da Polícia Civil na área de São José do Rio Preto, não tinha achado os culpados, mas já tinha um inocente.
“O doutor Aloysio é vítima”, garantiu à Folha. “Os criminosos escolheram a propriedade pela sua localização geográfica e facilidade de esconderam [sic] a droga ali”.
Atenção para o “doutor”. Se encontrassem essa quantidade de coisas dessa natureza no seu sítio, é muito pouco provável que você viesse a ter o mesmo tratamento. Aliás, seria preso em flagrante.

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Segundo a Folha, Aloysio afirmou que não iria comentar porque poderia “atrapalhar as investigações”.
No Diário, publicação de Rio Preto e arredores, sua assessoria declarou que “foi o namorado da filha de seu caseiro, um policial militar, que suspeitou da movimentação e acionou a polícia”.
Os bandidos teriam escolhido o lugar pela fragilidade da segurança e por ser rota de tráfico internacional a partir de Paraguai e Bolívia.
Tudo foi incinerado, assegurou Mestrinho. E ponto final.
Há semelhanças óbvias com o Helicoca. Para começar, o desinteresse da mídia num assunto envolvendo políticos que não são do PT. Houve aquele registro da Folha e um abraço.
E a rapidez: no Helicoca, o delegado Leonardo Damasceno, da PF, levou menos de duas semanas para declarar que os Perrellas não tinham nada a ver com o que foi encontrado na aeronave da família.
Mestrinho, que cuidou do caso Aloysio, foi mais veloz. “Doutor” Aloysio está acima de qualquer suspeita há muito tempo.