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sábado, 16 de novembro de 2013

O conselho que Zé Dirceu não me pediu (Hildegard Angel)


O CONSELHO QUE ZÉ DIRCEU NÃO ME PEDIU

Conversei hoje, às duas e meia da tarde, com José Dirceu. E o que disse a ele? O que poderia dizer, num momento de contagem regressiva, a quem considero inocente, ante o super espetáculo de linchamento público que se lhe preparam, em rede nacional?
- Não perca a dimensão histórica deste momento, mantenha sua altivez de homem de fibra que é, pois só um homem de fibra teria se mantido todo este tempo, sob tamanho bombardeio, de pé como você; não vista a carapuça que lhe imputam, pois é isso que pretendem; acredite, você tem amigos que se mantêm e se manterão ao seu lado; não use óculos escuros; aja como aquele jovem Dirceu, no momento de partir para o exílio: como um herói, e não como alguém com culpa, como agora pretendem, já que culpa você não tem; não se acabrunhe. Seus amigos estão com você.
Dirceu me ouviu calado, sem interromper, e ao fim de nossa conversa se despediu educada e amavelmente da amiga, como chamou. Ele não havia pedido conselhos, muito menos minha opinião. Diferentemente do que pensam, é um homem modesto e paciente. Pois quem sou eu, afinal, para orientar ou aconselhar um estrategista de longo curso como José Dirceu? Só mesmo o desvario e a aflição de acreditar, firmemente, estar prestes a testemunhar a concretização do que acredito ser um ato injusto e absurdo, poderia me levar a tal ímpeto de arrogância de pretender orientar um homem de tal estatura histórica e de tão elevados conhecimentos políticos.
Perdoe-me, José Dirceu, pela infantilidade de ter ousado aconselhar um Herói brasileiro.
Publicado em Coluna da Hilde por Hildegard Angel.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hildegard sofre da síndrome do esquerdismo retroativo, que afeta pessoas que passaram pela juventude sem qualquer participação política e de repente, depois dos cinqüenta anos, assume cegamente uma militância virtual através de sites, blogues e redes sociais. Filha e irmã de militantes de esquerda, viveu o frescor da vida como atriz de novela (era bonitinha até) e colunista de fofoca. Hoje, na terceira idade, imagina o Brasil de volta aos anos sessenta e sonha com coisas que o mofo da História carcomeu, como revolução socialista e redenção dos aloprados e mensaleiros que ela trata como heróis da cidadania vermelha.